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Bioenergia

ZEG amplia aposta na valorização de resíduos

Companhia está finalizando quatro plantas de aproveitamento energético de resíduos e planeja acessar o mercado de capitais neste semestre para ampliar carteira de projetos

ZEG amplia aposta na valorização de resíduos

A ZEG, empresa do grupo Capitale dedicada a energia renovável, está finalizando seus primeiros projetos de aproveitamento energético de resíduos. São quatro empreendimentos, que demandaram R$ 56 milhões em capital próprio e serviram como teste e validação de tecnologias novas e próprias. Agora, a companhia se diz pronta para assumir novos compromissos e vem negociando uma carteira de projetos que soma R$ 1,3 bilhão em aportes nos próximos três anos.

Criada em 2018 pelos sócios fundadores da Capitale Energia, Rafael Mathias e Daniel Rossi, a ZEG tem um portfólio diverso em energias renováveis, com ativos hídricos e solares, mas enxerga maiores oportunidades no aproveitamento energético de resíduos. São duas subsidiárias focadas nessa área, a ZEG Ambiental e a ZEG Biogás

Na ZEG Ambiental, estão em fase final dois projetos de geração de energia a partir do tratamento de resíduos sólidos. Em um dos casos, resíduos industriais de uma planta da siderúrgica ArcelorMittal serão tratados para gerar o vapor consumido no processo produtivo da Nexa Resources em Juiz de Fora (MG). No outro, a Neotech Soluções Ambientais contratou uma planta para gerar energia elétrica a partir da destinação de resíduos químicos e hospitalares.

“Como temos uma tecnologia própria, o que mais levou tempo foi sair do protótipo para escala comercial, testar, comprovar e ir para o mercado. A partir de agora, qualquer projeto nosso em seis meses está implementado”, afirma Daniel Rossi, presidente da companhia. 

Já na ZEG Biogás, focada na valorização energética de resíduos orgânicos, o primeiro projeto fará o aproveitamento do biogás do aterro sanitário da Ecourbis em São Mateus (SP). A unidade entra em atividade em setembro e, num primeiro momento, deve produzir 30 mil metros cúbicos de biometano. “É a primeira planta desse tipo, em escala comercial, do Estado de São Paulo. Estamos em negociação com diversas indústrias e empresas interessadas em receber o combustível para substituir o diesel de suas frotas”, diz.

Segundo executivo, o grande mercado para a ZEG Biogás está no agronegócio – o setor é um dos principais emissores de gases de efeito estufa e, portanto, um dos maiores interessados em diminuir passivos ambientais. Em setembro, entra em operação um projeto contratado pelo grupo MarBorges, produtor de óleo de palma no Pará. A vinhaça, sobra do processo produtivo, será transformada em biogás que, por sua vez, será usado para gerar grande parte da energia elétrica consumida na planta.

Essa mesma solução pode ser adotada para a indústria de etanol, que também tem a vinhaça como subproduto. “Acreditamos que esse processo pode trazer uma grande transformação para essa indústria, assim como foi a cogeração, que trouxe uma nova receita às usinas”.

Em relação a futuros empreendimentos, a companhia negocia uma carteira que soma R$ 1,3 bilhão em investimentos nos próximos anos. Para fazer frente a esse montante, a intenção é acessar o mercado de capitais no segundo semestre. “Há uma procura enorme [no mercado financeiro] por projetos que tragam retorno com benefícios sociais e ambientais. No segundo semestre, vamos a mercado”, afirma Rossi.

Na visão do executivo, a pandemia alterou a consciência socioambiental nas empresas, provocando uma virada definitiva. “Nossa carga de trabalho triplicou nesses últimos meses porque surgiu uma demanda muito grande por soluções. O próprio consumidor já está cobrando isso das empresas”.