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Bioenergia

Unipar quer produzir 70% da energia que consome no país

Companhia está ganhando musculatura como autoprodutora e elevou a aposta em energia eólica e solar

Unipar quer produzir 70% da energia que consome no país

A Unipar Carbocloro está ganhando musculatura como autoprodutora e pretende gerar 70% da energia que consome no Brasil nos próximos anos, sempre de fonte limpa e renovável. A companhia constituiu joint ventures com a AES Brasil e com a Atlas Renewable Energy, para a construção de um parque eólico e outro solar, e pretende fechar um terceiro projeto até o fim do ano, alcançando a marca de 70%, disse ao Valor o presidente Mauricio Russomanno.

“Estamos acelerando todas as iniciativas que resultem em maior sustentabilidade da empresa”, afirmou. Com os projetos já assinados no Brasil, a Unipar vai produzir 50% de suas necessidades de energia – na Argentina, o percentual está em 50%, mas não renovável.

Maior produtora de cloro e soda da América do Sul e segunda maior fornecedora de PVC, a Unipar tem na energia um insumo estratégico e combinou, na estratégia de autoprodução, o desejo de reduzir sua pegada de carbono e garantir o acesso ao recurso.

Conforme Russomanno, a Unipar segue monitorando a crise hídrica no país e acredita que tem certa proteção nos contratos de longo prazo vigentes. O ritmo do aumento de custos, contudo, preocupa. “Investir nas joint ventures também é uma forma de nos protegermos”, acrescentou.

A forte posição de liquidez da Unipar, que tem caixa líquido, será usada para levar adiante os projetos de energia, em projetos de melhoria de ativos, eventuais aquisições e distribuição de proventos, a exemplo do dividendo intercalar aprovado ontem pelo conselho de administração.

Em relação a potenciais M&As, a companhia conquistou o direito de exclusividade nas negociações para compra da fábrica de cloro-soda da Compass Minerals em Pernambuco e uma decisão deve ser tomada nas próximas semanas.

No acumulado do primeiro semestre, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Unipar chegou a R$ 990,5 milhões, praticamente o mesmo resultado visto em todo o ano passado e quase duas vezes maior que o Ebitda consolidado em 2019. Especificamente no segundo trimestre, o Ebitda totalizou R$ 425,8 milhões, com expansão de 212,5% frente ao mesmo período de 2020 e queda de 24,6% em relação ao primeiro trimestre.

A companhia encerrou o trimestre com lucro líquido de R$ 246,97 milhões, quase 13 vezes acima do ganho registrado um ano antes, quando a pandemia levou à adoção de medidas rigorosas de isolamento social no país. Na comparação com os três primeiros meses do ano, o resultado final foi 12% menor, na esteira da parada geral na unidade de Santo André (SP), que durou 63 dias. A manutenção das operações foi realizada junto com a parada da central petroquímica operada pela Braskem, que ocorre a cada seis anos.

De abril a junho, a receita líquida da Unipar somou R$ 1,16 bilhão, com alta de 57,7% na comparação anual. Ante o primeiro trimestre, houve queda de 11,8%.