Uma Ilha renovável - Por Gilberto Silber Schmidt
Jeju Island deverá ser o ponto de referência mundial em "Green Energy" a partir de 2030. Esta tendência tem sido buscada por diversas comunidades em todo mundo, quer por necessidade, devido ao alto custo ou falta de recursos naturais, ou com uma visão clara voltada para a um mercado consumidor que cada vez mais exige que os diversos segmentos se agreguem aos fatores ligados a sustentabilidade.
A Ilha já é ponto de referência não só pelas belezas naturais, mas também pela "Revolução Verde", adotada pela Coréia em meados dos anos 80. A maioria dos produtos são produzidos e processados de maneira a garantir a sustentabilidade, em seus três pilares, ambiental, social e econômico. Este fato agrega valor aos produtos "Jejuanos", que mesmo sem toda a parafernália exigida no Brasil, garante o selo de "Indicação Geográfica". Na Coréia, quando se fala em laranja, noodles, soju, chocolate, entre outros, se pensa logo em Jeju. A não exportação dos produtos para outras regiões gera o turismo gastronômico, movimentando outros segmentos e, consequentemente, gera divisas consideráveis.
Para ampliar a atração turística e, ao mesmo tempo solucionar a escassez de fontes energéticas, nada melhor que um projeto audacioso, uma rotina na vida deste país que investe em Inovação Tecnológica, de tornar a Ilha autossuficiente em energia utilizado apenas os recursos naturais renováveis.
O projeto prevê a utilização dos ventos, sol, ondas, correntes marítimas, esgoto e outros resíduos orgânicos para a geração de bioenergia, tornado Jeju autossuficiente. É um projeto realmente audacioso, mas em se tratando de Coréia, tenho 100% de certeza que será viabilizado.
O projeto na forma de maquete, com todos os detalhes, esta exposto no "Egg Hall Exibition" em Seuol para visitação. As placas solares e cata-ventos serão espalhados pela ilha e também em plataformas marítimas serem instaladas entre o continente e a ilha. A reciclagem de matéria orgânica, hoje com aderência de 100% da população e os resíduos de esgoto serão utilizados, através de biodigestores, para a produção de biogás veicular. Usinas hidroelétricas serão construídas para a utilização das ondas e correntes marítimas para a produção de energia elétrica. Projetos para a utilização de outras fontes de biomassa e algas para geração de bioenergia e by-Products também, numa segunda etapa, deverão ser incorporados à estratégia.
* Gilberto Silber Schmidt é pesquisador da Embrapa Labex Korea - Suwon, Republic Korea
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