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Bioenergia

Sertão de Pernambuco ganha sua primeira usina de biogás em aterro sanitário

Instalada em Petrolina, usina entra em plena operação na próxima segunda-feira (2/12). Produção de biogás apresenta crescimento no Nordeste, com forte potencial para a geração distribuída

Sertão de Pernambuco ganha sua primeira usina de biogás em aterro sanitário

Planta da biogás da Gera Energia inagurada no aterro sanitário de PetrolinaInaugurada pela Gera Energia Brasil, a primeira usina de biogás do Sertão Pernambucano entra em plena operação na próxima segunda-feira (2/12), em Petrolina, no aterro sanitário do município. A companhia investiu mais de R$ 6 milhões na planta com capacidade de 1 MW, direcionado ao mercado de geração distribuída (GD) com expectativa de geração de energia de 8.240 MW/h por ano, que corresponde a 4,3 mil residências.

Este é o primeiro projeto operacional da Gera no Nordeste, que enxerga na região um mercado em potencial desenvolvimento para a expansão do biogás como fonte de energia elétrica. Além de Petrolina, a Gera também está trabalhando na implantação de uma usina em Caruaru e prospectando outras localidades. “Ainda existe um grande potencial de crescimento em cidades grandes e do interior de geração de energia a partir do biogás”, avalia o gerente da Gera Energia Brasil, Carlos Innecco.

Com forte atuação no desenvolvimento de novas tecnologias no setor de energia e projetos de autoprodução, a empresa tem empreendimentos de diferentes fontes em implantação. Em relação à geração distribuída, no entanto, aguarda a definição quanto à regulamentação em consulta pública aberta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até 30 de dezembro para dar andamento a outras inciativas. 

Em franca expansão no Brasil, a geração distribuída, sistema que oferece compensação de créditos para produtores de energia, impulsionou a produção de biogás no Brasil nos últimos cinco anos, com crescimento de 40% ao ano. Segundo dados da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), o Brasil conta hoje com mais de 400 plantas, cerca de 60% delas de pequeno a médio porte viabilizadas por produtores rurais. 

Para o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, a revisão das regras proposta pela resolução 482 da Aneel pode afetar todo um sistema de inovação que vem promovendo o biogás como solução energética para passivos ambientais e melhoria do sistema elétrico nacional. “Defendemos um modelo de transição suave, que não quebre as iniciativas que se formam em torno da geração distribuída”, afirmou. 

Com forte vocação para a geração de biogás a partir de aterros sanitários, o Nordeste conta hoje com dez plantas com produção média de 345 mil Nm³/dia, todas elas a partir do saneamento. O potencial da região, no entanto, é muito maior, de aproximadamente 7,6 bilhões Nm³/dia, segundo cálculos da ABiogás, o que, em termos de geração elétrica, poderia gerar 17 mil GWh/ano. E esta produção viria não apenas do saneamento, mas considerando também outras fontes de produção do biogás, como os resíduos produzidos pelos setores agroindustrial e sucroenergético. 

Investimentos em biogás

A Gera inaugurou em agosto de 2018 sua primeira planta de geração distribuída a biogás, em Barra Mansa (RJ). Atualmente, possui 2MW em operação em Barra Mansa, 1MW em Petrolina e até o início de 2020 estará com mais 3 MW em operação. Ao todo a GERA possui mais de 10 MW de projetos a biogás em desenvolvimento pelo Brasil.

Com larga experiência em termoelétricas a gás, os sócios da Gera decidiram entrar no mercado de biogás visando a abertura do mercado e os ganhos ambientais promovidos pela adoção de uma fonte mais limpa e com impacto direto na redução dos gases de efeito estufa. “Proveniente da decomposição do lixo no aterro sanitário, a unidade vai produzir energia através da queima do metano, que assim, deixa de ir para a atmosfera”, explicou Innecco. 

Vinte e três vezes mais poluente do que o gás carbônico, o metano é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. “Além disso, com o empreendimento vamos proporcionar melhoria no fornecimento de energia nas localidades próximas, geração de emprego, conscientização ambiental, desenvolvimento da economia e da comunidade no entorno”, concluiu.