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Biomassa

São Paulo investe em capim-elefante

O valor do projeto, que inclui a contrapartida dos beneficiários, é da ordem de R$ 767 mil.

São Paulo investe em capim-elefante

Um projeto do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para geração de energia a partir do capim-elefante, na região do município paulista de Panorama, localizado a quase 700 quilômetros da capital, irá atender a uma cooperativa de produtores de cerâmica vermelha – basicamente tijolos e telhas – que reúne quase uma centena de pequenas e médias empresas locais. Para isto, será assinado um contrato no âmbito do Patem, o Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios, entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de Panorama, no interesse das pequenas e médias empresas cooperadas. O valor do projeto, que inclui a contrapartida dos beneficiários, é da ordem de R$ 767 mil.

Capim-elefante mostra-se uma alternativa de alta eficiência energética, com a vantagem de manter em equilíbrio o balanço das emissões de gases do chamado efeito estufa, explica pesquisador do IPT. Segundo Vicente Mazzarella, coordenador do projeto e pesquisador do Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT, o capim-elefante é uma fonte energética sustentável e de alto potencial para suprir as necessidades dos ceramistas em toda a região de Panorama.

“Existe uma demanda firme por energia na geração de calor para a queima dos produtos cerâmicos. O capim-elefante mostra-se como alternativa de alta eficiência energética para esta finalidade, com a vantagem de manter em equilíbrio o balanço das emissões de gases do chamado efeito estufa. Hoje já existem outros países emergentes, como a China, por exemplo, que começam a apostar neste energético de alto rendimento”.

China – Uma comitiva chinesa da Beijing Academy of Agriculture and Forestry Sciences que congrega 14 institutos de P&D&I na área agrícola, energia limpa, biomassas e meio ambiente visitou o IPT no último mês de março, quando firmou um memorando de entendimento para cooperação nos desenvolvimentos de plantio e uso do capim-elefante para aplicações industriais.

Segundo Mazzarella, a instituição chinesa aprovou recentemente a realização de um projeto piloto similar ao do IPT e isto possibilitará uma comparação de metas e resultados. “O projeto piloto de campo do IPT em Panorama teve disponibilizada uma área de 15,1 hectares, próxima às cerâmicas, e obedecerá diretivas que busquem maximização de resultados, via combinação de variáveis, de interesse para a microrregião. A abordagem é única e deverá interessar progressivamente, além das cerâmicas, a outros usuários como os setores industriais grandes consumidores de calor, de vapor, termoeletricidade ou, ainda, matérias-primas abundantes para etanol celulósico, pré-carvão de alto poder calorífico e outros”.