RS deve leiloar três termelétricas a carvão
Após o Ministério de Minas e Energia confirmar, na sexta-feira (03/05), a inclusão do carvão mineral no próximo leilão de energia A-5, os investidores em condições de concorrer iniciam uma fase de preparação. No certame marcado para 29 de agosto, devem participar três projetos previstos para Candiota, no Sudoeste gaúcho: as usinas termelétricas Seival e Sul, da MPX, e a Pampa, da Tractebel. Caso saiam vencedoras, as iniciativas representarão um investimento de, ao menos, R$ 8,5 bilhões no Estado, gerando um incremento de 1,6 mil MW em capacidade instalada.
A volta do carvão mineral à pauta, depois de quatro anos de afastamento, é comemorada pelos dirigentes do setor. "Abre-se uma janela para desenvolvermos o potencial que existe. Temos enormes reservas de carvão, mas, hoje, as térmicas representam apenas 1,4% da matriz energética do País", constata o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan. Cerca de 90% da matéria existente no Brasil está em solo gaúcho. Segundo Zancan, é possível explorar essa modalidade sem agredir o meio ambiente, pois existem tecnologias capazes de reduzir os impactos.
As empresas têm até 26 de junho para se habilitar ao leilão, que terá duas modalidades. Na categoria por disponibilidade, com prazo de 25 anos, incluem-se termelétricas a carvão, gás natural e biomassa. Já o modelo por quantidade, com prazo de 30 anos, volta-se aos empreendimentos hidrelétricos. Só podem competir inciativas com custo variável unitário (CVU) inferior a R$ 105,00 por MWh. Assim que forem escolhidos, os investidores terão de trabalhar para disponibilizar a energia na rede até 1 de janeiro de 2018.
Entre as térmicas gaúchas a carvão, as mais avançadas são as da MPX, joint-venture da companhia de Eike Batista com a alemã E.ON. As duas plantas já possuem uma série de licenças necessárias para operar. Orçada em R$ 3,5 bilhões, a usina Sul terá 727 MW de potencial. Já a usina Seival, com capacidade de 600 MW, está calculada em R$ 3 bilhões.
Porém, no caminho de Batista, há um obstáculo comum a diversos setores. "Temos preocupação em como conseguir mão de obra para a construção", enfatiza Pedro Litsek, diretor de desenvolvimento da MPX, que, na sexta-feira, esteve na Capital para participar de um seminário na Assembleia Legislativa sobre o uso do carvão mineral. Ao todo, estima-se que as obras vão precisar de 3 mil pessoas. Para alcançar o contingente, a companhia deve repetir a estratégia usada na construção de um complexo termelétrico a gás natural no Maranhão, quando fez parcerias para ofertar cursos de capacitação. Na ocasião, conseguiu-se formar 70% de trabalhadores localmente.
Por outro lado, a Tractebel corre contra o relógio para terminar os últimos detalhes do planejamento da usina Pampa. Ainda faltam o aval do Ibama e a definição sobre alguns fornecedores. Mesmo assim, existe otimismo quanto ao cumprimento das obrigações no prazo. "Pretendemos participar do leilão", garante o diretor da empresa Renato Barbosa. Com aporte previsto de R$ 2 bilhões, a estrutura suportará 340 MW. No entanto, futuramente, essa quantidade pode ser expandida para até 700 MW. Durante a construção, devem ser empregadas até 1,5 mil pessoas.
Durante as próximas semanas, dirigentes da MPX e da Tractebel vão se reunir com a equipe da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI). O objetivo é verificar as necessidades dos investidores, garantindo a competitividade das térmicas gaúchas no leilão. A tendência é de que os projetos do Rio Grande do Sul enfrentem a concorrência catarinense. A Carbonífera Criciúma pretende entrar na disputa com uma planta de 440 MW, a ser montada no município de Treviso.
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