RS assina segundo memorando de entendimento para produção de hidrogênio verde
A utilização de hidrogênio verde está de acordo com o compromisso assumido pelo RS de neutralizar as emissões de carbono no Estado em 50% até 2030
O governo do Estado e a empresa Enerfín do Brasil, do grupo espanhol Elecnor/Enerfín, assinaram, nesta quinta-feira (24/3), no Palácio Piratini, um memorando de entendimento para desenvolvimento de potencial projeto de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul. É o segundo memorando com este fim – em dezembro do ano passado, o Estado fechou parceria com a empresa White Martins.
“É uma grande oportunidade para o Estado. Estamos mobilizando todas as forças do governo para liderar e construir condições para que o RS tenha essa vocação alavancada. Buscamos as empresas para apresentarmos os motivos pelos quais vemos no RS essa oportunidade para a implantação da planta de hidrogênio verde e para construirmos as relações que nos permitam comprovar a viabilidade deste investimento no RS”, disse o governador Eduardo Leite.
O RS tem empreendido estudos para fazer uma transição para descarbonização por meio do uso do hidrogênio verde, criando um novo ramo na matriz econômica de alta tecnologia e valor agregado. O Estado já opera com 80% da energia de matriz renovável, sendo cerca de 20% de energia eólica, cujo potencial de expansão ainda é grande.
“A assinatura deste memorando é um gesto em direção ao futuro. O porto disponível, o potencial eólico, as nossas indústrias e também os usos diversos que o hidrogênio e a amônia podem ter em outras atividades, como a indústria de fertilizantes, dão ao nosso Estado uma oportunidade diferenciada em termos de produção de hidrogênio verde perante outros Estados. E é na busca de mostrarmos e termos a comprovação dessa capacidade que estamos assinando esse memorando de entendimento para que possamos desenvolver, juntos, estudos e projetos nessa direção”, explicou Leite.
A utilização de hidrogênio verde está de acordo com o compromisso assumido pelo RS de neutralizar as emissões de carbono no Estado em 50% até 2030, meta assumida também pelo Brasil no Acordo de Paris. Em novembro de 2021, o governador Eduardo Leite esteve na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, para reafirmar o compromisso do Estado. Além disso, em outubro, o governador visitou a sede da Enerfín, subsidiária de energia eólica do Grupo Elecnor, em Madri, na Espanha.
A Enerfín é uma filial do grupo Elecnor, empresa espanhola com comprovada experiência no desenvolvimento, instalação e operação de usinas eólicas em diversos países. No Rio Grande do Sul, a Elecnor implantou o Complexo Eólico de Osório, primeiro parque eólico de grande porte da América Latina, referência internacional na geração de energia renovável e sustentável.
O texto do memorando define como objetivos o desenvolvimento de potencial projeto de hidrogênio verde no RS, a identificação de oportunidades para o desenvolvimento de projeto no Porto do Rio Grande, o estabelecimento da intenção de encontrar oportunidades para desenvolver, conjuntamente, um projeto de produção de hidrogênio verde, buscar outras oportunidades relacionadas à área de energia ou de eletrificação de indústrias vinculadas ao projeto de hidrogênio verde; e viabilizar cooperação e sinergias entre as partes para identificar eventuais entraves regulatórios e fiscais e oportunidades para o desenvolvimento de projeto de hidrogênio verde.
O diretor de novos negócios da Enerfín para a América Latina, Marco Antônio Morales destacou a confiança na parceria e no potencial do Estado para desenvolver o projeto. “Acreditamos que esta revolução energética que o mundo precisa vai acontecer, e estamos encantados de fazer isso pela primeira vez aqui no Rio Grande do Sul. Queremos implantar aqui esse projeto por todas as possibilidades de consumo interno e de exportação, e queremos reafirmar a confiança que o grupo tem no Estado”, disse.
O local visto como uma opção para receber o projeto é o porto do Rio Grande, em Rio Grande. É o maior distrito industrial do RS, com 2.580 hectares, retroáreas disponíveis, posição estratégica e privilegiada, que apresenta sinergia com cadeias produtivas. Além disso, tem vantagens logísticas, como escoamento da produção e recepção de matérias-primas. Em 2019, antes da pandemia, o fluxo foi de mais de 3 mil navios.
“Tivemos uma reunião excelente na sede da Enerfín, em Madri, na Espanha, que culmina hoje na assinatura deste memorando. Estávamos em busca de empresas com expertise na geração de energia renovável que pudessem agregar ao desenvolvimento desse projeto. Temos uma estratégia bem consolidada e, junto ao município de Rio Grande e ao porto do Rio Grande, um projeto para transformar nosso porto em um ponto de partida para este projeto”, detalhou o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que coordenou a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura nos dois primeiros anos de governo.
O documento foi assinado pelo governador Leite, pelos secretários Artur Lemos (Casa Civil), Guilherme Souza (adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura) e Edson Brum (Desenvolvimento Econômico), pelo diretor de Portos Interiores da Portos RS, Bruno Almeida, e pelo diretor de novos negócios da Enerfín para a América Latina, Marco Antônio Morales.
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