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Bioenergia

Produção de bioeletricidade dobra em Mato Grosso do Sul

Oito usinas conseguem cogerar energia elétrica o suficiente para abastecer metade das residências do estado.

Produção de bioeletricidade dobra em Mato Grosso do Sul

O setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul praticamente dobrou a produção de bioeletricidade a partir do bagaço da cana-de-açúcar em 2011. Segundo o balanço da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), as usinas exportaram 1.100 GigaWatts/Hora (GWh). No ano anterior, a produção foi de 638 GWh.

A notícia, segundo Roberto Hollanda, presidente da Biosul, merece comemoração, pois até pouco tempo atrás, o bagaço de cana era considerado um problema para o estado, já que não havia tecnologia suficiente para conversão do material em energia. “As montanhas de bagaço de cana se acumulavam no entorno das usinas. Se ele não fosse transformado em eletricidade, daria para cobrir a estrada que vai de Campo Grande a Dourados com montes de dez metros de altura”, exemplificou Hollanda. “E caminho de ida e de volta”.

“Com novas plantas e a readequação das antigas, aquisição de equipamentos e o
investimento, tanto da iniciativa privada quanto do governo, para a construção de linhas de transmissão, a eletricidade a partir da biomassa passou a ser realidade em Mato Grosso do Sul”, analisou Hollanda.

O total de bagaço produzido em uma unidade industrial representa 25% de toda a cana moída. Em Mato Grosso do Sul, na última safra, a moagem foi de 8,4 milhões de toneladas.

Dados da Biosul apontam que, em 2011, oito usinas de cana-de-açúcar instaladas no estado cogeram energia elétrica suficiente para atender a demanda de mais da metade das residências de Mato Grosso do Sul. Em 2010, as residências consumiram 1260 GWh, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Planejamento e Tecnologia (Semac).

Mas a eletricidade a partir da biomassa ainda tem alguns entraves e adequações para ficar mais competitiva. Existem duas maneiras de comercializar o produto, uma delas é de venda direta aos grandes consumidores e outra é por meio dos leilões.

Nos leilões, o produto das usinas concorre com outras energias renováveis. “Se analisarmos que a energia eólica só é produzida em algumas regiões, existe um custo logístico para que ela chegue até o Centro-Sul, por exemplo. “Devem ser incentivados diferentes tipos de fontes renováveis e consideradas as externalidades de cada opção”, explicou Hollanda.

Esse benefício social apontado pelo presidente refere-se principalmente a geração de novos postos de trabalho, interiorização do desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental que a eletricidade por meio da biomassa cria.

Hollanda defende que os leilões sejam feitos por fonte de energia ou regionalizados. “A questão é diversificar a produção para que o País, que está em crescimento econômico, não perca essa disputa por conta de qualquer risco. A biomassa, além de barata, é limpa, o que dá vantagens ao país”, acrescentou.