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Biomassa

Plano da Energias do Brasil para biomassa inclui fatia em usinas

Estréia do grupo no segmento de biomassa, uma das fortes apostas do Brasil como energia alternativa, prevê capacidade instalada de 320 megawatts (MW).

Plano da Energias do Brasil para biomassa inclui fatia em usinas

O grupo Energias do Brasil, por meio de uma nova empresa para energias renováveis, a Enernova, vai ingressar no mercado de geração de energia por biomassa (bagaço da cana) como sócia minoritária em usinas a serem construídas no país.

A estratégia do grupo, controlado pela Energias de Portugal, é criar o negócio do zero em parceria com um produtor agrícola que também não atua ainda no segmento canavieiro. A proposta em discussão é converter pastagem em lavoura de cana-de-açúcar, com compromisso de fornecimento do bagaço para a queima e geração de energia.

Embora sócia minoritária, a Enernova terá assento na direção das quatro usinas que serão erguidas, participando da administração e decisões, o que minimizará riscos no abastecimento para os longos contratos do setor energético, como esclareceu o diretor-executivo da Enernova, Hugo de Souza.

Elas serão instaladas na chamada “nova fronteira do etanol”, na região do Mato Grosso do Sul, com baixa dispersão geográfica, segundo Souza. Lá, o grupo tem a distribuidora Enersul, atendendo 73 dos 78 municípios do Estado.

O cronograma de entrada dessa energia no mercado está estimado em 2011 ou 2012, podendo ser vendida em leilão em 2009 ou ofertada a consumidores livres pela comercializadora do grupo, a Enertrade.

O novo diretor-presidente da Energias do Brasil, António Pita de Abreu, demonstrou entusiasmo pelo negócio, afirmando que gostaria de já ter fechado o acordo, para o qual faltam pormenores.

Venta sempre – Mas ele está ainda mais confiante nas perspectivas do mercado de energia eólica no Brasil, que dá os primeiros passos.

“Temos uma espécie de brigada de caçadores, que vão buscar oportunidades”, afirmou a jornalistas nesta terça-feira, ao anunciar a criação da Enernova. Apesar de trabalhar com horizonte de médio e longo prazos para a energia eólica no país, a empresa está avaliando projetos já licenciados.

Mesmo com o alto preço dessa fonte (por volta de 200 reais o MW frente aos 80 reais da hídrica), Pita de Abreu defendeu que o governo organize leilão em que as distribuidoras contratem uma pequena parte da demanda com energia eólica. “Quando não chove, venta… e um parque eólico se constrói em menos de um ano”, observou.

O grupo português é o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, o que lhe garante vantagens competitivas, por exemplo, em compras de equipamentos como turbinas, com redução do custo de produção.

Mas o principal negócio da Enernova será o de pequenas centrais hidrelétricas. A recém-criada empresa assume os ativos de 160 MW, sendo que 131 MW já estão em operação, além de outros 24 projetos que devem ser instalados até o primeiro semestre de 2009, adicionando 538 MW.

Sem divulgar ainda valores de investimentos, o vice-presidente para renováveis e comercialização da Energias do Brasil, Miguel Setas, informou que a meta da Enernova é alcançar 1.000 MW em 2012, sendo que metade deve vir das PCHs.

A atuação no segmento de renováveis permitirá ao grupo explorar ainda o potencial de geração de receitas dos créditos de carbono relativos aos projetos.