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Levantamento

Participação da energia solar poderia dobrar com menor custo de investimentos em usinas, aponta PDE

Numa projeção alternativa, a participação da fonte na matriz energética brasileira poderia crescer significativamente nos próximos 10 anos

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A expansão da capacidade instalada de geração de energia no Brasil na próxima década será liderada pelas usinas eólicas e termelétricas a gás, segundo levantamento preliminar do Plano Decenal de Energia 2029, do Ministério de Minas e Energia – MME (PDE 2029) divulgado no dia 23 de outubro. A energia solar também terá destaque e poderia mais que dobrar sua participação, caso o custo de investimento nas usinas da fonte tivesse redução de cerca de 30%, aponta o relatório.

A previsão, segundo o PDE, é que as usinas solares fotovoltaicas tenham participação na matriz energética nacional com 7 gigawatts adicionais nos próximos 10 anos, enquanto as eólicas terão destaque, com 21 gigawatts, e as térmicas, com 20,9 gigawatts adicionais.

“Estima-se que, com o CAPEX menor, a expansão fotovoltaica no horizonte decenal possa chegar a até 15.000 MW, ou seja, variando entre o indicado na expansão de referência e pouco mais que seu dobro”, apontou a estatal no PDE.

A previsão é que as instalações de geração distribuída – como solares em telhados ou regiões remotas – devam alcançar 11,4 gigawatts até 2029, com 1,3 milhão de sistemas, que exigirão quase R$ 50 bilhões em investimentos até lá.

A matriz de geração de energia brasileira está em fase de transição, retirando do protagonismo a participação das hidrelétricas na capacidade instalada, que deverá cair de 64% estimados em 2020 para 49% em 2029, segundo o PDE.

Essa projeção já foi apontada no plano anterior, com as hidrelétricas perdendo espaço, mas o novo estudo mostra uma participação ainda menor da fonte hídrica, que já foi o carro-chefe da matriz brasileira.

A compensação da fatia hídrica deverá ocorrer com expansão principalmente dos parques eólicos, que deverão somar 21 gigawatts em capacidade adicional nos próximos 10 anos e alcançar 17% da matriz ao final do período.

As térmicas, principalmente a gás, também serão destaque, com 20,9 gigawatts adicionais até 2029, enquanto as usinas hidrelétricas de grande porte deverão acrescentar apenas 1,8 gigawatt no período, segundo o cenário de referência da PDE.

Ainda segundo o PDE, os investimentos na expansão da oferta de gás deverão somar R$ 33 bilhões na próxima década, dos quais R$ 9 bilhões em empreendimentos já previstos e o restante em outros projetos, alguns deles “incentivados pela abertura do mercado” com o programa federal, o chamado Novo Mercado de Gás.

Responsável pela elaboração do plano, a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projetou uma possível demanda adicional de gás de 17 milhões de metros cúbicos por dia até 2029, caso as ações do governo tenham sucesso em viabilizar oferta do valor energético a preço-alvo de até 7 dólares por milhão de BTU.

O documento passa por processo de consulta pública por 30 dias e vem ao encontro do plano do governo do presidente Jair Bolsonaro de tentar incentivar a competição no mercado de gás natural para reduzir preços do insumo.