Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Governo

Novo Plano Decenal de Energia trará ajustes por causa da pandemia

Governo apresentará novas diretrizes em julho, diz Bento Albuquerque

Novo Plano Decenal de Energia trará ajustes por causa da pandemia

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque informou, nesta sexta-feira (29), que a nova versão do Plano Decenal de Energia (PDE 30), a ser apresentada em julho, terá ajustes no planejamento energético em razão da pandemia do novo coronavírus. Elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para um período de 10 anos, o plano traça diretrizes para os sistemas de geração e transmissão de energia, tomando como base a demanda de mercado.

“Estamos atualmente fazendo os ajustes necessários ao plano com o objetivo de torná-lo público no mês de julho. Nossa intenção é enviar um sinal claro ao mercado e tornar o Brasil um ambiente ainda mais amigável para os investidores, com maior previsibilidade e um marco regulatório atualizado”, disse o ministro, durante videoconferência com líderes empresariais e autoridades governamentais de energia organizada pela Agência Internacional de Energia (AIE) e pelo governo do Reino Unido.

O evento reuniu ministros e autoridades governamentais de 11 países (Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Polônia e Singapura), além do diretor executivo da AIE, Fatih Birol. Eles debateram com os presidentes de 10 empresas globais de energia o status atual e o futuro dos investimentos em energia e sua sustentabilidade e segurança.

Em sua fala, Bento Albuquerque disse que uma das consequências da crise gerada pela pandemia de covid-19 no país foi o adiamento das licitações de energia elétrica previstas para este ano. “Estamos enfrentando uma crise sem precedentes, que nos obrigou a adiar as licitações de energia elétrica programadas para 2020 e a examinar cuidadosamente o nosso plano de energia elétrica para os próximos 10 anos para adaptá-lo às condições impostas pela  pandemia da covid-19 e suas consequências.”

A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus reduziu a demanda de energia elétrica no país. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em maio, a previsão de carga mensal no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve apresentar queda de 10% na carga em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado.

A maior queda deve ocorrer na Região Sudeste, com recuo de 11,3%, chegando a 34.658 MW médios. Em seguida, vêm as regiões  Nordeste, com redução de 10,4% e carga de 9.941 MW médios; e Norte, com previsão de queda de 7,3% e carga de 5.198 MW médios. No Sul, haverá menor baixa na carga, de 6,4% e 10.482 MW médios.

De acordo com o ONS, a estimativa é que a carga no Sistema Interligado Nacional tenha retração de 5,4%, em junho, ficando em 60.285 MW médios. Caso a estimativa seja confirmada, será a quarta queda seguida no ano. A primeira foi em março, com os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus no país, com redução de 0,6% na carga. Em abril, houve recuo de 11,6% e, em maio, a previsão está na casa de 10% de redução na comparação com os mesmos meses de 2019.

O ministro disse ainda que, mesmo com o atual cenário, o Brasil conseguiu garantir o fornecimento de energia elétrica nos últimos três meses. Ainda segundo o ministro, o país tem energia elétrica suficiente contratada até 2025, em razão das rodadas de licitação realizadas no ano passado.

“A crise está nos fazendo trabalhar ainda mais para garantir a saúde dos nossos setores de geração, transmissão e distribuição. Temos sido bem-sucedidos até agora e estamos confiantes de que voltaremos mais fortes, e as energias renováveis continuarão sendo parte integrante dos nossos planos energéticos para o futuro”, afirmou Bento Albuquerque.