Matriz energética sustentável ameniza impactos gerados na fabricação de celulose
Historicamente conhecidos como vilões do meio ambiente, os fabricantes de celulose têm buscado atenuar esse rótulo através de ações inovadoras. Para amenizar os impactos à natureza provocados por suas unidades, a Fibria utiliza um modelo de matriz energética sustentável. Através de subprodutos oriundos do processo produtivo da matéria-prima do papel, a companhia gera eletricidade suficiente para abastecer grande parte de suas quatro plantas.
A partir do reaproveitamento de sobras, faz-se um composto chamado biomassa líquida, igualmente conhecido como licor negro. Esse resíduo, somado a estilhaços de madeira, é processado e revertido em energia.
Atualmente, essa fórmula corresponde a 98% do abastecimento da fábrica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Esse índice varia entre 80% e 85% nas sedes do Espírito Santo, de São Paulo e na joint venture Veracel, na Bahia.
O material passa por três etapas até ser transformado. Após ser extraída da linha de fibra, a biomassa líquida segue para a etapa de evaporação. Nesse estágio, realiza-se a eliminação de água. Por fim, o insumo queima na caldeira de recuperação, chegando ao seu formato final. "Antigamente, esse licor era lançado no rio. Por ser rico em matéria orgânica, ele causava grande impacto na fauna aquática. Isso mudou radicalmente. "Desde a década de 1980, temos caldeiras de recuperação e reaproveitamento da biomassa líquida", afirma Umberto Cinque, gerente-geral de meio ambiente industrial da Fibria.
Agora, o mesmo composto que poluía é responsável por gerar 50 megawatts de eletricidade por hora. A adoção desse modelo custou aproximadamente US$ 340 milhões em cada localidade. Nesse investimento está incluso um sistema para a redução de odores. "Gerar a própria energia só traz ganhos porque se reduz os custos, transforma parte da matéria-prima utilizada na produção de seu principal produto, a celulose, e também torna a empresa menos demandante das concessionárias e dos sistemas de transporte de energia", constata Cinque.
A companhia também recorre à tática do reaproveitamento em outras frentes. No intuito de reduzir os prejuízos causados pelo cultivo de eucalipto, a Fibria reverte aproximadamente 47 mil toneladas anuais de resíduos sólidos da unidade capixaba em um corretivo para a acidez do solo. O líquido é aplicado na área florestal. A intenção é expandir a iniciativa em 2012, implantando setores de processamento do material nas unidades Jacareí e Três Lagoas.
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