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Bioenergia

Investimentos no segmento de biogás devem atingir R$ 50 bilhões até 2030

Investimentos no setor são gerados a partir de resíduos principalmente de sucroenergético, de alimentos e de saneamento

Investimentos no segmento de biogás devem atingir R$ 50 bilhões até 2030

O Brasil deve receber investimentos da ordem de R$ 50 bilhões no setor de biogás, gerado a partir de resíduos principalmente dos setores sucroenergético, de alimentos e de saneamento, até 2030. A projeção é da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), com base na proposta brasileira no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 21), que determina a redução das emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação ao contabilizado em 2005.

O potencial de investimentos estimado pela instituição considera uma produção de biogás, no período, de 32 milhões de metros cúbicos diários, volume um pouco maior que a capacidade de importação de gás natural da Bolívia pelo Brasil, por meio do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).

Segundo o vice-presidente da Abiogás, Gabriel Kropsch, o volume de biometano, no período, pode substituir até 40% do consumo de diesel para transporte no país. “A grande oportunidade é a substituição de óleo no transporte pesado de carga e passageiros. Muita gente tem a concepção errada do biometano, de que seria concorrente do gás natural. Na verdade, é um grande complemento do gás natural, atendendo regiões onde os gasodutos não chegam”, disse.

O executivo elogia a nova versão do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), com horizonte até 2026, que contemplou o setor de biogás. De acordo com o documento, colocado em consulta pública na semana passada, o governo prevê capacidade instalada total de 300 megawatts (MW) de termelétricas a biogás no fim do período analisado.

Kropsch conta que, recentemente, a Abiogás e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) firmaram acordo para mapear o potencial da oferta de biogás por região e a localização das redes de energia elétrica e de gasodutos.

Do ponto de vista regulatório, o executivo destacou a recente resolução publicada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) que determina a especificação do biometano a partir de resíduos urbanos. Até então, havia apenas uma resolução regulamentando a produção do biometano de origem agrícola, publicada há dois anos.

“Esse era o ponto que faltava realmente no arcabouço legal do mercado de biogás e biometano, para que todos os projetos que estão no pipeline possam realmente deslanchar”, disse Kropsch. “Vemos com muito bons olhos [a nova resolução], porque vai destravar projetos que estavam esperando essa publicação. “