Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Estudo de Impacto Ambiental

Ibama nega licença prévia para eólica offshore

Os analistas do órgão entenderam que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa contém significativo grau de deficiência com relação com relação aos itens previstos no termo de referência 

Ibama nega licença prévia para eólica offshore

A área técnica do Ibama recomendou que o pedido de licença prévia da BI Energia para o parque eólico offshore Caucaia seja indeferido – em parecer detalhado, que poderá servir de guia para este e outros empreendimentos em desenvolvimento no país.

Caucaia é um parque eólico projetado com 48 aerogeradores offshore (12 MW) e 11 semi-offshore (2 MW), com potência total de 600 MW, na costa do Ceará.

Os analistas do órgão entenderam que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa contém significativo grau de deficiência com relação com relação aos itens previstos no termo de referência e, portanto, não é suficiente para analisar a viabilidade de um projeto deste porte.

Aqui mesmo na Diálogos da Transição mostramos que Lúcio Bonfim, sócio da BI Energia, estimou que o projeto de Caucaia irá demandar investimentos da ordem de R$ 7 bilhões.

No Ibama, a visão é que problemas encontrados fazem parte do aprendizado, tanto do governo, quanto dos empreendedores. E que a apesar de o estudo apresentado, neste caso, não estar adequado, a negativa não deve ser vista como uma falta de entusiamo do órgão ambiental com projetos do tipo.

O parque offshore da BI Energia é o que está em fase mais avançada de licenciamento e o parecer (.pdf) de 42 páginas, apesar da negativa, consolida uma série de preocupações do órgão ambiental para este tipo de projeto.

Cobra detalhamento de métodos construtivos e seus impactos; do apoio offshore, dos efeitos da sobreposição do parque a outras atividades econômicas e diagnósticos de impactos em comunidades locais e no meio ambiente.

“Não foi realizado o adequado diagnóstico da área proposta para o parque eólico offshore Caucaia, seja por meio da utilização de dados primários ou secundários, o que se refletiu em uma deficiente previsão de impactos ambientais, proposição de medidas mitigadoras e programas ambientais, assim como a avaliação da viabilidade ambiental”, diz o relatório.

O plano da BI Energia é gerar energia limpa, com alta disponibilidade, aproveitando o potencial dos ventos na costa cearense, que atrai o interesse de outras empresas – inclusive uma das maiores do setor, a Neoenergia.

A BI Energia também está licenciando outro projeto eólico offshore no Ceará: um parque em Camocim, com o dobro da capacidade instalada de Caucaia (1,2 GW de potência), distribuída em 100 aerogeradores de 12 MW.