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Governo chinês confirma rejeição de cargas com milho transgênico

A variedade é permitida nos EUA, no Japão e na Europa, mas não na China.

Flag of the People’s Republic of China
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A filial de Xangai da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China confirmou em sua página na internet que rejeitou algumas cargas de DDG (grão de destilaria seco, subproduto da fabricação de etanol a partir do milho) vindas esta semana dos EUA, porque continham o MIR 162, um transgênico resistente a insetos da multinacional Syngenta cuja importação ainda não foi aprovada pelo país asiático. Ontem, rumores sobre a devolução fizeram o milho para março fechar em baixa de 1,89% na bolsa de Chicago, a US$ 4,2625 por bushel.

O órgão do governo chinês não detalhou o volume de DDG devolvido aos americanos, mas um trader em Pequim disse que seria algo em torno de 2 mil toneladas.

A rejeição das cargas de DDG (que é utilizado como ração animal), segue-se à devolução de mais de 665 mil toneladas de milho dos EUA pela China desde novembro, também por conta da presença do transgênico MIR 162. A variedade é permitida nos EUA, no Japão e na Europa, mas não na China.

A agência chinesa disse que todas as suas filiais foram aconselhadas a examinar cada remessa de alimentos para detectar cepas geneticamente modificadas não aprovadas. Uma vez encontradas, as cargas serão devolvidas ou eliminadas, de acordo com a nota do órgão. Fabricantes de ração animal da China estão em busca de farinha de colza como um substituto para o DDG, no caso de o fluxo do subproduto ser reduzido drasticamente.

A rejeição dos embarques de milho e de DDG tem preocupado os produtores dos EUA, tendo em vista a colheita abundante do grão este ano e o fato de a China ter surgido como um comprador significativo ao longo dos últimos anos. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) previu que a China triplicaria suas importações do grão, para sete milhões de toneladas no ciclo 2013/14 – embora a projeção tenha sido feita antes de as devoluções começarem.

Zhang Yan, analista da consultoria Shanghai JCI, acredita que a questão não irá se resolver no curto prazo. “Os embarques dos EUA vão se normalizar somente após a aprovação [do MIR 162] pela China”.

A agência de notícias oficial Xinhua disse no início deste mês que a Syngenta entrou com um novo pedido em novembro para a liberação do MIR 162, após pedidos anteriores terem sido rejeitados devido à insuficiência de material. Mas depois de manter as portas fechadas por anos para o milho transgênico, a China começou a abri-las, ao menos uma fresta. Em agosto, autoridades chinesas aprovaram a importação de 60 mil toneladas de milho geneticamente modificado da Argentina, que deve ser utilizado para ração animal.