Governança de dados no setor de energia: um olhar para o futuro
Por Ricardo Hayashi, Gerente de Produtos da Atech
Não é necessário mencionar sobre a importância dos dados para a estratégia de negócios de uma empresa. Afinal, sem eles é basicamente impossível investir na transformação digital, na análise de informações para compreender melhor os clientes e até mesmo encontrar novas fontes de receita. Mas, claro, para que tudo isso aconteça, esses dados precisam estar disponíveis, terem qualidade e, principalmente, serem relevantes.
Essa mudança de visão também ocorre no setor elétrico. Com a quantidade de dados capturados diariamente em crescimento exponencial, as empresas começam a enfrentar um dilema: como equilibrar o tratamento desses dados com as regras de proteção e privacidade atuais? E isso fica ainda mais desafiador à medida que novas tecnologias e novos dispositivos e sensores conectados são cada vez mais utilizados por empresas e usuários. A resposta não é simples. Entretanto, se tecnologias, dispositivos e até mesmo o comportamento do consumidor muda, a governança também precisa evoluir para que se mantenha atual e realmente atenda a essas mudanças.
Além disso, no setor elétrico, uma grande transformação está em andamento, com novas fontes de geração de energia (solar e eólica) ganhando destaque, com as exigências dos consumidores por serviços mais rápidos e mais acessíveis e com uma maior demanda por análise e segurança de dados. Enquanto a infraestrutura de energia exige informações de rede em tempo real e dados mais precisos para garantir sua eficiência, o setor de atendimento ao cliente coleta dados das interações e as compartilha por meio de uma solução de gestão empresarial para aprimorar o marketing, faturamento e o próprio atendimento, na busca por oferecer a melhor experiência ao consumidor.
São informações distintas, mas que precisam ser gerenciadas com eficácia e segurança, pois impactam nos negócios. Esses dados, ainda, precisam ser avaliados constantemente com base em seu contexto e uso prático pela empresa e devem, obviamente, estar protegidos de qualquer violação. E apenas uma boa governança de dados garante a qualidade e a segurança dessas informações.
De acordo com estudo da GTM Research, as empresas de serviços públicos no mundo devem investir cerca de US$ 3,8 bilhões em uma estratégia de análise de dados nos próximos anos, uma mudança de modelo operacional que, até então, se baseava mais na coleta que no melhor aproveitamento dessas informações. Com isso, as empresas precisam estar mais preparadas para definir uma estratégia de dados e para responderem de maneira adequada aos novos regulamentos, como a LGPD. Entretanto, as empresas do setor ainda enfrentam outro desafio, que é integrar todas as fontes de dados em um único hub, padronizando esses dados e acabando com os silos espalhados por diferentes departamentos.
Além disso, falar em governança de dados não implica em ignorar a inovação. Muito pelo contrário. Novas tecnologias, como o blockchain, o uso do aprendizado de máquina e soluções de inteligência artificial podem tornar a gestão de energia mais inteligente e melhorar a segurança e integridade dos dados. Com a evolução da tecnologia, novas abordagens de governança precisam ser consideradas para que inovação, proteção de dados e privacidade caminhem lado a lado.
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