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EUA elevam cota de biocombustível; indústria brasileira elogia

Embora o total fique abaixo dos 90 bilhões de litros originalmente prescritos por lei, ainda assim causou elogios da parte dos proponentes do biocombustível, que estão lutando contra a distribuição nacional limitada de seu produto.

EUA elevam cota de biocombustível; indústria brasileira elogia

A Casa Branca propiciou uma vitória aos produtores de etanol de milho e causou choque às companhias de petróleo ao requerer que os carros e caminhões dos Estados Unidos consumam mais biocombustíveis no ano que vem.

A regra, finalizada nesta quarta-feira (23), vai requerer um aumento de 6% no uso de combustíveis renováveis, para 72,9 bilhões de litros em 2017. A EPA também elevou o padrão para o “biocombustível avançado” –que pode incluir biodiesel, etanol de cana de açúcar importado e biocombustível de celulose– de 13,6 bilhões de litros para 16,2 bilhões de litros.

Dentro dessa categoria, ela ampliou a cota compulsória do biodiesel de 7,2 bilhões a 7,6 bilhões de litros, e a do biocombustível, de celulose, de 870 milhões a 1,2 bilhão de litros. A presidente da Unica (União da Indústria de Cana¬de¬Açúcar), Elizabeth Farina, elogiou a decisão da EPA e disse que ela pode aumentar a presença no etanol brasileiro nos EUA.

“Nos últimos quatro anos, aproximadamente 4,5 bilhões de litros de etanol de cana importados do Brasil abasteceram veículos americanos. Neste período, o país forneceu 10% de todo os biocombustíveis avançados usados nos EUA”, disse a presidente da Unica, cujas empresas associadas representam 60% da produção de cana no Brasil.

Embora o total fique abaixo dos 90 bilhões de litros originalmente prescritos por lei, ainda assim causou elogios da parte dos proponentes do biocombustível, que estão lutando contra a distribuição nacional limitada de seu produto.

Mas as metas se tornaram inatingíveis porque os motores de automóveis ganharam eficiência e o consumo nacional de combustível ficou estagnado depois da crise financeira. A recusa do setor petroleiro de adicionar mais de 10% de etanol à gasolina restringiu a demanda. O padrão dos Estados Unidos para combustíveis renováveis (RFS) definiu metas ambiciosas para o consumo de biocombustível, quando foi aprovado pelo Congresso, em 2007.

O etanol e o biodiesel são misturados à gasolina comum e ao diesel para uso em veículos. Além disso, o desenvolvimento de etanol de celulose, produzido com base em grama e plantas fibrosas semelhantes à biomassa, ficou aquém das esperanças iniciais.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos tentou elevar os volumes de consumo desses combustíveis sem deixar de reconhecer as realidades do mercado. “A EPA está usando as ferramentas fornecidas pelo Congresso para ajustar os padrões abaixo das metas legais, mas o crescimento constante dos volumes na norma final continua a sustentar a intenção do Congresso quanto à expansão dos volumes”, declarou a EPA. A regra da agência para 2017 requer 56,7 bilhões de litros de etanol de milho, um volume igual ao determinado pela lei de 2007.

O total é 1,9 bilhão de litros mais alto que o volume requerido para 2016 e 760 milhões de litros mais alto que o proposto inicialmente pela EPA em maio.

TRUMP

A eleição de Donald Trump como próximo presidente dos Estados Unidos criou novas incertezas quanto ao futuro do padrão de uso de biocombustível. Ele já declarou apoio ao etanol, mas o site de sua equipe de transição menciona apenas de passagem as fontes renováveis de energia.

“Devemos todos ser gratos por a EPA ter elevado o total requerido de biocombustível aos 56,7 bilhões de litros requeridos pela lei”, disse Bob Dinneen, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis.

“A decisão enviará sinal positivo aos investidores e afetará positivamente toda a nossa economia e o ambiente.” O anúncio gerou alta de 6,3% nos mercados futuros para o óleo de soja, que é usado na produção do biodiesel. As ações de algumas refinarias de petróleo cru caíram, com 1,1% de baixa para a Tesoro e 2,4% de queda para a PBF Energy.

O Instituto Americano do Petróleo definiu a decisão como “irresponsável”. “Estamos decepcionados por a EPA ter andado para trás em sua norma final”, disse Frank Macchiarola, o diretor de comunicações do grupo. “A norma RFS é ruim para o consumidor norte¬americano. O anúncio de hoje só serve para reforçar a necessidade de que o Congresso revogue ou reforme a RFS de forma significativa”.