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Mercado Externo

Estudo mostra investimentos da China em projetos de energia

A China está envolvida em 240 projetos de energia a carvão em 25 dos 65 países  da Iniciativa Um Cinturão e Uma Rota

Enquanto a China procura se estabelecer como líder global com a Iniciativa Um Cinturão e uma Rota, que engloba mais de 60 países da Ásia, Europa e Oceania, a comunidade internacional se pergunta o quanto essa liderança está em linha com os desafios do século XXI.  Os vastos investimentos da China em projetos de carvão no exterior suscitaram dúvidas quanto ao compromisso do país com a liderança climática além de suas fronteiras após a COP 21.  

Para mensurar o grau de envolvimento da China em projetos de energia a carvão nesse novo mercado, o Global Environmental Institute, uma ONG chinesa, acaba de fazer uma revisão.  Este estudo, que analisou dados de 2001 para cá, mostra que o envolvimento chinês em projetos de energia a carvão no exterior tem diminuído desde 2015.

Este declínio pode ser visto como em consonância com o consenso do Acordo de Paris de 2015. Alguns países ao longo do Cinturão e da Estrada contribuíram para esta mudança, reduzindo o apoio a projetos de alta emissão de gases de efeito estufa, como as usinas a carvão, e mudando para as energias renováveis. 

O estudo também chegou às seguintes constatações:

• A China está envolvida em 240 projetos de energia a carvão em 25 dos 65 países  da Iniciativa Um Cinturão e Uma Rota, representando mais de 251 GW de capacidade instalada.

• Nos últimos 15 anos, o desenvolvimento de energia a carvão financiado pela China ao longo do Cinturão e da Estrada tem se concentrado na Índia – quase metade dos 250 GW de projetos de carvão que a China apoiou estão na Índia. No entanto, devido às mudanças na política interna na Índia, o portfólio atual de projetos da China é mais diversificado com uma presença mais forte no sudeste da Ásia (Indonésia e Vietnã, em particular).

• O envolvimento chinês em projetos de carvão nos países abarcados pela Iniciativa Cinturão e da Estrada tem flutuado ao longo do tempo. Contudo, o aumento desse envolvimento em 2013 coincidiu com o lançamento da Iniciativa e com o anúncio das principais instituições financeiras ocidentais, como o Banco Mundial, de que não  mais apoiariam os projetos de carvão.

• Mais de 40% desses projetos estão em construção ou em fase de construção. Dada a crescente oposição da comunidade internacional às novas infra-estruturas de combustíveis fósseis e à tendência para uma reestruturação energética acelerada, os riscos associados a estes projectos poderão também aumentar.

• Cinco grandes empresas estatais são os principais impulsionadores deste desenvolvimento.  Essas empresas estão envolvidas em mais de dois terços dos projetos (165 projetos).

cinturao