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Liderança

Equidade de gênero no setor de energia requer compromisso da alta gestão

Na Engie, duas mulheres ocupam posições globais altamente estratégicas, mas ainda se desafiam a promover igualdade

Equidade de gênero no setor de energia requer compromisso da alta gestão

Alcançar a equidade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas é o quinto dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Agenda 2030. Com o crescimento acelerado e o peso cada vez maior dado às práticas ESG no mundo dos negócios, atingir esta meta dentro das corporações se tornou um fator determinante.

Tal desafio se coloca com ainda mais força em setores tradicionais da economia (de siderurgia à mineração; de petróleo e gás à energia), cuja presença feminina é historicamente baixa.

Tradicionalmente dominado por homens, o setor de energia tem registrado um crescimento na participação de mulheres, mas a igualdade de oportunidades e de presença entre colaboradores ainda se mostra distante. É um caminho a perseguir.

De acordo com a Associação Internacional de Energia Renovável (IRENA), as mulheres representam 33% dos profissionais que atuam em empresas de energia eólica, solar e outras fontes renováveis.

Na prática, superar a desigualdade de gêneros passa por permitir que mulheres conquistem espaços de liderança e tomada de decisões. E, especialmente, por um compromisso formal da alta direção das companhias em pactuar metas e estruturar processos para maior inserção feminina em posições de gestão, bem como na adesão de coalizões que promovam a diversidade de gênero.

Com duas mulheres em posições globais altamente estratégicas – a CEO, Catherine MacGregor, e a CFO, Judith Hartmann – e quatro, ao todo, na diretoria executiva, a Engie está empenhada em participar ativamente da mudança para um setor de energia mais diverso e equânime, que assegure oportunidades de crescimento na carreira e remuneração iguais para homens e mulheres.

Como de fato promover essa equidade de gênero é a grande pergunta. Sabemos que não há receitas prontas e que uma ação que funcionou bem em uma empresa não necessariamente servirá a outras, pois estamos tratando de cultura, de uma transformação cultural.

Então, falar com homens e mulheres sobre o tema, conscientizar sobre vieses inconscientes e abrir canais de acolhimento e escuta são etapas fundamentais para criar um ambiente de respeito às diferenças. Isso gera segurança psicológica para cada pessoa ser autêntica, e acima de tudo, ser feliz.

Maior empresa privada do setor de energia, com atuação na geração, transmissão e comercialização de energia, transporte de gás natural e soluções energéticas, a Engie Brasil aplica essas práticas e busca ser protagonista e promover uma transformação no setor de energia e conduzir a companhia a ter metade de seu quadro de liderança formado por mulheres até 2030. Atualmente, elas são 24%. Essa é uma meta global da corporação.

Para evoluir nessa jornada, a Engie Brasil aderiu, em 2019, aos “Princípios de Empoderamento das Mulheres” (WEPs, sigla em inglês de Women’s Empowerment Principles), uma iniciativa da ONU Mulheres e Pacto Global. Assumiu, assim, o compromisso de incentivar a promoção da igualdade de gênero, com foco no aumento da presença de mulheres em cargos de liderança.

Seguindo os princípios desse compromisso, a Engie tem assegurado a inserção de, pelo menos, uma mulher entre os finalistas dos processos seletivos que realiza.

Essa ação se soma a outros esforços, como a busca ativa por mulheres para carreiras técnicas e treinamentos para combater vieses inconscientes que impeçam a equidade de avaliação em relação aos homens – para contratações e promoções. Reforçando o engajamento da alta liderança com a causa, o CEO e os diretores também participaram das Conversas Inclusivas, promovidas pela companhia.

Nos últimos anos, a presença feminina aumentou também no conselho de administração da empresa listada da Engie na B3, a Engie Brasil Energia. Com duas titulares e uma suplente, ela é uma das 19 empresas de capital aberto com o maior número de mulheres nesse colegiado.

As 78 empresas listadas no Ibovespa atualmente, possuem 677 assentos em seus conselhos de administração. Mas, desse total, apenas 86 são ocupados por mulheres, segundo levantamento feito, em fevereiro, pelo Broadcast, serviço da Agência Estado.

O dado ilustra que o caminho a trilhar no Brasil é longo e reforça que é necessário começar pelo compromisso da alta gestão. Já notamos avanços, mas certamente o ritmo tem de ser acelerado.

É uma questão que cada vez mais interessa aos investidores, que atribuem mais valor a companhias com práticas inclusivas. Como nos foi dito pela CEO da Engie, Catherine McGregor, se há um país no mundo que tem todas as condições de avançar firme e rapidamente na igualdade de gênero, esse país é o Brasil.