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Bioenergia

Eólica já é a segunda fonte da matriz elétrica brasileira

Dados de abril de 2019 da ABEEólica mostram que o país já tem mais de 7 mil aerogeradores em 601 parques eólicos

Eólica já é a segunda fonte da matriz elétrica brasileira

Os ventos passaram a ser o segundo recurso mais utilizado no Brasil para a geração de energia elétrica e já temos 15GW de capacidade instalada. São mais de 7 mil aerogeradores, em 601 parques eólicos, em 12 estados. Os dados foram divulgados pela  Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011 é um feito realmente impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica. Acho fundamental destacar que há diferentes formas de observar a matriz elétrica de um País e uma das possibilidades é considerar a fonte primária de geração, ou seja, qual é o recurso utilizado para a geração elétrica. Acredito que esta é uma forma de apresentação que nos dá uma visão interessante e detalhada do que estamos utilizando para produzir energia no Brasil e, neste caso, o vento é a segunda fonte do País”, explica Elbia Gannoum. 

Dos 15 GW de capacidade instalada, 86% estão no Nordeste. O estado que lidera o ranking é o Rio Grande do Norte com 151 parques e uma potência de 4.066,15 MW, seguid o por Bahia com 153 parques e potência de 3.934,99 MW e  Ceará com 79 parques com 2.045,46.

Ainda de acordo com a ABEEólica além dos 15 GW de capacidade instalada, há outros 4,6 GW já contratados ou em construção, o que significa que, ao final de 2023, serão pelo menos 19,7 GW considerando apenas contratos já viabilizados em leilões e com outorgas do mercado livre publicadas e contratos assinados até agora. Novos leilões e novos contratos no mercado devem aumentar os números projetados consideravelmente.

“No caso do Brasil, além deste crescimento consistente nos últimos anos, existe um fator que tem que ser destacado sempre, que é a qualidade de nossos ventos. Enquanto a média mundial do fator de capacidade está em cerca de 25%, o Fator de Capacidade médio brasileiro em 2018 foi de 42%, sendo que, no Nordeste, durante a temporada de safra dos ventos, que vai de junho a novembro, é bastante comum parques atingirem fatores de capacidade que passam dos 80%. Isso faz com que a produção dos aerogeradores instalados em solo brasileiro seja muito maior que as mesmas máquinas em outros Países. Somos abençoados não apenas pela grande quantidade de vento, mas também pela qualidade dele”, resume Elbia.

Segundo dados da CCEE, em 2018, foram gerados 48,4 TWh de energia elétrica, o que representou 8,6% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional no período. Em relação a 2017, foi registrado um crescimento de 14,6% na geração de energia eólica, enquanto a geração como um todo cresceu 1,5% no mesmo período. “Se quisermos trazer isso para uma compreensão mais próxima da nossa realidade, dá para dizer que o que as eólicas produziram de energia no ano passado, em média, seria o suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou cerca de 80 milhões de pessoas”, explica Elbia.