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Mercados

Empresários brasileiros apostam em negócios com o Sudão

Players nacionais de máquinas, entre outros, já têm projetos em negociação no país árabe. Câmara Árabe levará empresas brasileiras para Feira de Cartum no final de janeiro

A Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai levar um grupo de empresas brasileiras a 31ª Feira Internacional de Cartum, que tem início nesta quinta-feira, dia 30, no Sudão. No período acumulado de janeiro a novembro de 2013, o Brasil exportou o equivalente a US$ 51,33 milhões ao Sudão, principalmente em açúcar, máquinas agrícolas, carne de frango e tratores. A mostra é multissetorial e, além da participação no evento, as empresas terão uma agenda paralela montada de acordo com seus interesses.

“O Sudão é um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos. A participação das empresas brasileiras na Feira de Cartum tem gerado negócios relevantes. Estamos buscando fornecedores brasileiros para atender às necessidades dos nossos parceiros no país árabe. Ainda há uma demanda sudanesa não atendida pelas companhias brasileiras, um grande potencial para o Brasil”, destacou o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby.

Entre os setores com maior potencial para vendas no Sudão estão o de infraestrutura, maquinário agrícola, alimentos, produtos elétricos, material de construção, produtos médico-hospitalares e cosméticos. Em 2012, o país importou um volume global de US$ 7,23 bilhões.

Exportações – No último dia 17, companhias nacionais interessadas em participar da mostra estiveram na sede da Câmara Árabe para saber mais sobre a mostra e sobre o mercado sudanês. Durante o evento, os participantes tiveram informações sobre a feira e o mercado sudanês. A Kans BR, indústria de cosméticos capilares que exporta para quatro países árabes, é uma das que já confirmou presença. A empresa produz cosméticos para restauração interna dos cabelos e sua proprietária Katia Timani aposta que os produtos devem atingir às necessidades da população sudanesa. “Pelo tipo de cabelo que eles têm, será um produto que terá um grande sucesso lá”, avaliou.

Luiz Ferraz, gerente de produção da Ferraz Máquinas e Engenharia, conta que sua empresa tem uma fábrica na África do Sul e que está com dois projetos em negociação com o Sudão. A indústria de Ribeirão Preto monta complexos de produção de ração animal. “A África do Sul está um pouco mais avançada, tem grandes empresas do setor de alimentação animal. O resto da África ainda importa muita ração animal, mas a perspectiva é ótima. Uma hora eles vão começar a abastecer o mercado interno com a produção local”, avaliou o executivo.

Maria Prado, trader da Fame, fabricante de duchas elétricas, relata que a indústria tem suas exportações consolidadas para os países da América Latina e que agora quer buscar os mercados africanos e árabes. “Nosso produto hoje é o mais econômico para um banho quente. Existem muitas pessoas no mundo que tomam banho de água fria porque há instalações que são muito caras, que são os boilers ou aquecedores de passagem”, afirma. “O chuveiro elétrico é um produto de simples instalação e muito barato para locais em que não faz muito frio e que não têm necessidade de ter um equipamento tão sofisticado. Uma ducha elétrica custa, às vezes, 10% do valor de outro produto e é viável para famílias com poder aquisitivo mais baixo”, explicou.

O diretor geral da Câmara ainda destacou, ainda, a importância da organização da agenda paralela de encontros que acontecerá durante a feira. “A realização da missão permite a elaboração de uma agenda de visitas a autoridades sudanesas que são facilitadoras do comércio entre os dois países e que aumentam a geração de negócios”, completou. A participação brasileira na feira é uma parceria com o Itamaraty.