É cedo para prever cenário de petróleo na Venezuela, diz consultoria
A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não deve resultar em mudanças de curto prazo na indústria de petróleo do país e no âmbito global, embora sejam esperadas mudanças no cenário político que resultem na reabertura do setor de energia para investimento estrangeiro.
De acordo com a rede de televisão americana "CNBC", a notícia da morte de Chavez dominou os corredores da IHS CERAWeek, uma das maiores conferências do segmento de energia do mundo, que aconteceu na tarde de ontem, em Houston. Participantes buscavam sinais sobre o futuro político da Venezuela, país com a segunda maior reserva de petróleo do mundo.
"É muito cedo para dizer o que a morte de Chavez significa para os preços do petróleo", disse Daniel Yergin, vice-presidente da IHS.
Analistas que participaram da conferência disseram que ainda é incerto o que acontecerá depois das próximas eleições no país. Por enquanto, o vice-presidente Nicolas Maduro está na liderança e tem apoio do Exército local. "Sem o carisma e força de caráter de Chavez, não está certo como seus sucessores irão manter o sistema que ele criou", afirmou Yergin.
Entre as grandes petrolíferas, ConocoPhillips e ExxonMobil podem se beneficiar caso a nova liderança permita que companhias estrangeiras voltem ao país, disseram analistas ouvidos pela "CNBC". A nacionalização na indústria de petróleo da Venezuela, em 2007, resultou na saída dessas duas empresas americanas, que não conseguiram chegar a um acordo com a estatal PDVSA.
"É muito cedo para dizer como o novo comando irá lidar com a situação, mas a ConnocoPhillips pode ser bastante beneficiada", disse Fadel Gheit, analista da Oppenheimer & Co.
A companhia tinha grande participação nas atividades de petróleo na Venezuela na época da nacionalização e, segundo Gheit, o valor dos ativos confiscados era de US$ 4,5 bilhões em 2007. "O valor de mercado agora é entre US$ 20 e US$ 30 bilhões... A Conoco Phillips pode, eventualmente, ver um ganho líquido de US$ 10 bilhões", declarou.
Isso, claro, considerando que a empresa esteja pensando em voltar à Venezuela. "Depende muito do tipo de governo que vem depois da gestão de Chávez", disse Enrique Sira, diretor de pesquisas da IHS para a América Latina. "A única certeza que temos é que a indústria está em condições pobres. A eletricidade teve de ser racionada. Existe problema de falta de combustível e o país não chega nem perto da produção que pode alcançar", completou Sira.
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