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Renovabio

Deputado apresenta projeto para suspender decreto que adia prazo para cumprimento de metas de CBios

Prorrogação foi regulamentada pelo governo

Deputado apresenta projeto para suspender decreto que adia prazo para cumprimento de metas de CBios

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) apresentou um projeto na Câmara dos Deputados para sustar os efeitos do decreto publicado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro que adiou para setembro de 2023 o prazo para cumprimento das metas das distribuidoras de compra de créditos de descarbonização (CBios) deste ano.

O segmento sucroenergético reagiu contra o decreto de Bolsonaro e criticou a interferência do governo na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). O texto, publicado em 21 de julho, também definiu que, de 2023 a 2030, a comprovação de compra dos CBios deverá ser feita até 31 de março do ano subsequente e não em 31 de dezembro do ano corrente, como previa a regra anterior.

Na justificativa do projeto de decreto legislativo (PDL 308/2022), apresentado ontem, Jardim disse que a alteração nos prazos fere o princípio da anualidade previsto no RenovaBio, que só poderia ser modificado por lei, e prejudica a previsibilidade do programa de redução de emissões de gases de efeito estufa na matriz energética brasileira.

O governo usou o estado de emergência que o país vive com alta dos preços dos combustíveis como justificativa para a mudança nos prazos. Arnaldo Jardim ressaltou que a Emenda Constitucional 123/2022 prevê a excepcionalidade apenas para 2022, e que o decreto avança nessa linha temporal.

Em nota, a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, presidida por Jardim, disse que o decreto “contraria a prioridade anunciada pelo Executivo aos biocombustíveis e conflita com a lei que institui o Renovabio”.

Segundo o grupo, a medida é ineficaz para os preços e pode “desestruturar totalmente o programa, pois a descarbonização da nossa matriz de combustível depende de investimentos de longo prazo, que não virão sem regras estáveis, sem previsibilidade”.

O PDL ainda aguarda despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os deputados Beto Pereira (PSDB-MS) e Zé Vitor (PL-MG) também assinam a proposta.