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Compra de usina de biomassa pela Energisa impulsiona mercado

Aquisição de ativos da Tonon rendeu indicação da empresa para a final do Prêmio Negócio do Ano iG/Insper.

A compra de ativos da Tonon Bioenergia colocou o grupo Energisa nos negócios de geração de energia elétrica a partir de biomassa e entre os finalistas do Prêmio Negócio do Ano iG/Insper . O negócio envolveu duas termelétricas que usam biomassa de cana-de-açúcar da Tonon localizadas nas usinas de Bocaina (SP) e Maracaju (MS), e foi firmado em dezembro de 2011. A empresa concorre ao prêmio na categoria Melhor Retorno ao Acionista.

A Energisa comprou 85% do capital social das duas termelétricas pertencentes à Tonon, e prevê a instalação de duas novas usinas. Segundo comunicado ao mercado divulgado à época, a compra foi feita por R$ 140 milhões, e o grupo deve investir ainda R$ 350 milhões nos projetos. A parceria prevê que a Energisa terá o compromisso de fornecer a energia necessária para o funcionamento das duas usinas de cana-de-açúcar. Em troca, a Tonon se compromete a garantir o bagaço de cana para assegurar a expansão do projeto.

A principal área de atuação do Grupo Energisa é na distribuição de energia. A companhia tem distribuidoras em Minas Gerais, Paraíba, Sergipe e na cidade de Nova Friburgo, no Rio.

Em geração de energia elétrica, a empresa tinha apenas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) até ingressar no negócio de biomassa, com a compra dos ativos da Tonon. Na ocasião do anúncio do negócio com a Tonon, o presidente do Grupo Energisa Ricardo Botelho afirmou que esse era mais um passo na estratégia da companhia ara ampliar sua carteira de geração de energia a partir de fontes renováveis. Atualmente ele não comenta o negócio, que ainda está em processo de conclusão.

Para João Carlos Mello, presidente da consultoria especializada em energia Andrade & Canellas, a entrada no negócio de geração por biomassa parece ser uma estratégia da Energisa para ampliar seu portfólio em fontes renováveis. “É uma boa estratégia porque essa é uma área promissora”, avalia o especialista, referindo-se à geração de energia a partir de biomassa. Ele destaca que o Brasil é um país propício para esse tipo de fonte renovável. “O Brasil tem sol o ano todo, tem área para plantar e tem consumo de cana por causa do etanol”, diz.

Mello destaca que houve muita procura de empresas por investimentos em biomassa até 2008, mas não houve evolução, por uma série de fatores, entre eles a crise internacional. “É um ativo que estava em baixa, mas vai crescer”, avalia.

Para ele, não só a aquisição é importante para a Energisa, mas também para o setor, do ponto de vista estrutural. “Não se vê muitas empresas de energia entrando no mercado de bioenergia. A maioria das empresas do setor são as da própria cadeia de cana-de-açúcar”, diz. A entrada de uma empresa do setor de energia de médio porte na geração por biomassa, então, demonstra um passo para maior maturidade e profissionalização da biomassa como fonte de energia no Brasil.