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Biogás

Certificação de energia renovável registra primeira usina de biogás no Brasil

UTE da Raízen Geo Biogás S.A., uma das maiores plantas de biogás do mundo, é a primeira entre as 200 usinas já certificadas pelo I-REC Standard que utiliza biogás para geração de energia elétrica

Certificação de energia renovável registra primeira usina de biogás no Brasil

O I-REC Standard registou sua primeira usina de biogás no Brasil, a UTE Biogás Bonfim. O empreendimento, localizado em Guariba, em São Paulo, é uma das maiores plantas de biogás do mundo, com 21 MW de capacidade instalada.

O I-REC Service é um sistema global de rastreamento de atributos ambientais de energia projetado para facilitar a contabilidade confiável de carbono, para Escopo 2, compatível com vários padrões internacionais de contabilidade de carbono. A certificação, que no Brasil é emitida pelo Instituto Totum, confere à empresa a permissão para emissão e transferências de I-RECs (cada I-REC equivale a 1MWh de energia gerada) e permite aos usuários de eletricidade fazer uma escolha consciente e baseada em evidências para a energia renovável, em qualquer país do mundo.

Segundo o diretor do Insituto Totum, Fernando Lopes, a Certificação I-REC da UTE Biogás Bonfim (Raizen) é um marco para o Programa Brasileiro de Certificação de Energia Renovável.

“Agora, o programa conta com um portfólio completo de opções ao consumidor de energia renovável: dentro das 200 usinas já certificadas, além da energia eólica, hídrica, solar e de biomassa, agora temos também uma usina que usa como combustível o biogás. Pelo desenvolvimento do mercado, acreditamos ser a primeira de muitas outras que ainda virão”, afirmou.

A UTE Bonfim é fruto da joint venture entre Raízen e Geo Energética, a Raízen Geo Biogás S.A., com foco na produção de biogás a partir de resíduos agrícolas. Construída junto à usina Bonfim, unidade da Raízen com uma moagem de mais de 5 milhões de toneladas de cana por ano que gera elevado volume de vinhaça e torta de filtro e atendem às necessidades de um projeto de biogás em escala comercial, a vinhaça será operada na safra, e, a torta, ao longo do ano inteiro.

A unidade recebeu autorização da CPFL e ANEEL para comercializar energia. Com a autorização, a planta passou a fornecer a energia gerada ao grid. Dos 138 mil MWh por ano de capacidade instalada, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato negociado em leilão em 2016 do qual a Raízen foi a vencedora. O valor excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou outros contratos.

Para o CEO da Geo Energética e presidente da Abiogás, Alessandro Gardeman, a certificação da primeira usina de biogás no Brasil aponta para o crescimento do mercado e consolida o energético entre as fontes de energia renovável com maior potencial de crescimento na matriz brasileira. “É a hora do biogás. Estamos crescendo e conquistando marcos importante, como a certificação I-REC para a primeira usina do energético no país. O Brasil tem o maior potencial para o aproveitamento do biogás no mundo, mas não utilizamos nem 2%. Acredito que o momento é de virada, com mais usinas certificadas, e novos empreendimentos surgindo. A energia gerada por biogás pode ser produzida durante o ano inteiro, o que oferece estabilidade energética para o sistema elétrico nacional e impacta o desenvolvimento econômico do País de maneira sustentável”, comentou.

A diretora de Transição Energética da Raízen e CEO da Raízen Geo Biogás, Raphaella Gomes, reforça que o reconhecimento contribui para a consolidação da tecnologia no tratamento dos resíduos agroindustriais de forma renovável e sustentável. “A certificação da planta de biogás da Raízen para emissão de I-RECs é mais um marco importante na nossa jornada de liderar a transição energética e apoiar os nossos clientes e parceiros a descarbonizar as suas atividades. A planta de Guariba, inaugurada em outubro de 2020, é uma das maiores do mundo e representa uma revolução no tratamento dos resíduos agroindustriais por meio do uso mais eficiente dos recursos naturais, contribuindo assim para descarbonização e economia circular.”