Carro elétrico no Brasil precisa de mais incentivo, dizem especialistas
Impostos altos e falta de investimento em infraestrutura são grandes gargalos da expansão desse mercado do País
Pioneiro e um dos grandes produtores de energia renovável, o Brasil ainda não conseguiu transpor o sucesso de sua matriz energética limpa para o mercado automotivo. Os carros híbridos e elétricos são todos importados e representam menos de 1% das vendas no setor nacional, na contramão de países como Noruega e Alemanha, nações precursoras da popularização dos chamados veículos “verde”. Por aqui, um automóvel elétrico custa a partir de R$ 45 mil. Mas esse valor vale apenas para o modelo mais simples da Hitech Electric, um carrinho compacto que atinge no máximo 60 km/h. O Prius, da Toyota, referência no universo dos carros híbridos, sai por volta de R$ 120 mil.
Por que o Brasil anda em marcha lenta no mercado de carros híbridos e elétricos e o incentivo ao assunto ainda é tabu para governo e montadoras?
Segundo especialistas ouvidos pelo Estado, faltam principalmente políticas públicas para incentivar mais a produção e o consumo de carros elétricos. O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Guggisberg, diz que há um conjunto de fatores que fazem o mercado não vingar no Brasil, como os altos impostos, o custo elevado para implantar infraestrutura adequada e a necessidade de importação, o que encarece toda a operação. "O principal gargalo é a falta de uma política pública que incentive os veículos híbridos e elétrico", afirma Guggisberg, que cita países como Estados Unidos, Portugal e Chile, que conseguiram reduziram o imposto equivalente ao ICMS brasileiro e outros como o Reino Unido, onde os carros híbridos e elétricos são liberados para circular nas zonas de congestionamento sem nenhum tipo de restrição.
O engenheiro Ricardo Takahira, da comissão técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE BRASIL, também considera o descaso do governo com o setor o principal problema. "A Alemanha, por exemplo, quer proibir carros a combustão até 2030. Isso é um incentivo, uma política pública que temos que começar a fazer, senão ficaremos para trás", diz o especialista.
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