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Bunge investe em usinas

Companhia investirá 2,5 bilhões de dólares no Brasil entre 2012 e 2016 para ampliar a sua capacidade de produção de açúcar, etanol e geração de energia.

A Bunge investirá 2,5 bilhões de dólares no Brasil entre 2012 e 2016 para ampliar a sua capacidade de produção de açúcar, etanol e geração de energia.

Com o investimento, a empresa prevê aumentar em 50 por cento a capacidade de moagem nas oito usinas que tem no país, para um total de 30 milhões de toneladas de cana ao ano.

O anúncio foi feito durante encontro do presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser, com a presidente Dilma Rousseff, em São Paulo, num momento em que o Brasil enfrenta uma queda na produção de cana .

A própria Bunge processará um volume de cana abaixo das 17 milhões de toneladas projetadas inicialmente para 2011/12, disse Weisser, sem especificar um número.

Apesar de uma moagem de cana inferior à esperada, ele afirmou que a Bunge elevará a produção de etanol anidro, aquele misturado à gasolina, numa estratégia em linha com o que tem feito todo o setor, pressionado pelo governo para garantir o abastecimento sem causar maiores problemas inflacionários.

“Neste ano, a Bunge vai aumentar em 50 por cento a sua produção de etanol anidro”, disse Weisser a jornalistas após a reunião.

Ele disse que a companhia investe no Brasil também pela crescente demanda de veículos flex, que rodam com etanol hidratado, mas afirmou que a regra atual que impõe limites de compras de terras por estrangeiros traz uma dificuldade para novos projetos (greenfields).

Segundo Weisser, projetos novos dependem de mais clareza nas regras para investidores estrangeiros adquirirem terras no Brasil, com o objetivo de aumentar o plantio de cana.

“Conversamos sobre isso com a presidente (Dilma). Ela entende que projetos greenfield são fundamentais para o país e acha importante gerar condições para isso”, declarou.

O executivo disse que a companhia tem preocupação de cultivar em áreas com menor custo de produção, já que atualmente, segundo ele, produzir o etanol de cana seria mais caro do que fabricar o de milho, no Estados Unidos, por questões de câmbio.

“Isso é uma ironia, não devia acontecer, não devemos falar em real valorizado, mas em dólar fraco”, disse ele, sem entrar em detalhes sobre os custos, acrescentando que a Bunge do Brasil eventualmente importa etanol de milho dos Estados Unidos na entressafra de cana.

Em 2011, a área de cultivo de cana da Bunge é de 70 mil hectares, dos quais 50 mil são próprios.

O investimento anunciado nesta quinta-feira foi feito após a companhia ter inaugurado, em julho, um novo projeto, no Tocantins, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas ao ano.

Segundo o diretor de Assuntos Corporativo da Bunge, Adalgiso Telles, para quem os novos investimentos focarão sobretudo a produção de etanol, a expansão da Bunge não prevê metas para o “mix” de destinação da cana para a produção de açúcar e do bicombustível.

Ele explicou que o “mix” varia em função das condições de mercado, e que não poderia antecipar percentuais.

Com o investimento, a cogeração de energia elétrica da Bunge será ampliada em seis vezes, para 1.800 GWh ao ano.

Logística – A Bunge aproveitou a reunião com Dilma, na qual também participaram o presidente da empresa no Brasil, Pedro Parente, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para cobrar investimentos públicos em infraestrutura e logística portuária –nas últimas safras, os exportadores têm enfrentado congestionamentos nos portos para exportar açúcar.

“Está clara a responsabilidade do Brasil na agricultura, mostramos para a presidente o quão importante é o investimento em portos”, declarou.