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Solar

Brasil prepara-se para lançamento de projeto histórico de energia solar na Amazônia

Balsa transformada em usina gera energia para funcionamento de fábrica de açaí; projeto representa avanços para a sustentabilidade e aumentará renda das comunidades ribeirinhas

Brasil prepara-se para lançamento de projeto histórico de energia solar na Amazônia

Imagine uma fábrica construída sobre uma balsa, navegando por um rio. Movida a energia solar e utilizando a água do rio, a balsa não requer uma conexão à rede de energia elétrica e, além de sustentável, ainda realiza o tratamento da água captada. 

Parece um sonho, mas é realidade. Um projeto inovador, desenvolvido com tecnologia brasileira, resultou na construção de uma balsa-fábrica de processamento de açaí que navegará pelas calhas dos rios Solimões, Japurá, Juruá, Purus e Madeira. 

Já nas últimas fases dos cinco meses de desenvolvimento, a balsa-fábrica terá a capacidade para processar 20 toneladas de frutos e 12 toneladas de polpa congelada de açaí por dia. Para se manter em funcionamento, a balsa recorre a painéis solares que cobrem a estrutura de 2 mil metros quadrados, captando a energia da luz solar e a convertendo em eletricidade. 

Parte da energia é utilizada de imediato para alimentar toda a fábrica. O restante, somado à energia produzida por geradores a diesel, é armazenado em baterias para uso posterior. Toda a estrutura é marcada pela inovação – trata-se, por exemplo, do maior projeto de baterias B-Box do mundo. 

E a sustentabilidade do projeto não fica por aqui. A unidade conta com a sua própria Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), com capacidade para tratar 15 mil litros de rejeito por hora. A água devolvida ao rio é de maior qualidade do que aquela captada para utilização na fábrica. 

O marcante e pioneiro projeto é assinado pela Transportes Bertolini, empresa do Amazonas com 40 anos de história no setor de transportes rodoviários e hidroviários, e pela Valmont Solar™? Solutions, cuja tecnologia – 100% brasileira – de soluções em energia solar foi essencial para a sua concretização. 

Ao optar pela energia solar, o grupo buscou uma empresa que tivesse o conhecimento necessário para assumir um projeto de tamanha complexidade. “A nossa pesquisa revelou que a Valmont é a única empresa nacional com o know-how para empreender um projeto tão único”, conta o assistente da presidência da Bertolini, Fábio Gobeth. 

Durante a elaboração do projeto, a equipe especializada encontrou soluções para todos os desafios técnicos da balsa-fábrica, como a captação e utilização da energia, o fornecimento de água limpa para a linha de produção e o descarte sustentável dos rejeitos da fábrica. Ao fim dos estudos, o time delineou um projeto híbrido de captação, conversão e armazenamento de energia marcado pela sustentabilidade que ajudará na preservação da floresta amazônica. 

Somando um investimento na ordem de R$ 20 milhões, a balsa está nas últimas fases do desenvolvimento. “O projeto é extremamente complexo. É uma indústria inteiramente construída sobre uma balsa, totalmente off-grid, ou seja, sem ligação à rede elétrica, baseada na energia solar gerada em painéis e no seu armazenamento em baterias. É um projeto pioneiro no país”, destaca o presidente da Valmont Solar ™? Solutions, Fábio Yanagui. 

Além disso, a fábrica também irá contribuir para o aumento da renda das comunidades ribeirinhas em até 300% – alcançando os R$ 5 milhões anuais. Com a criação de 50 empregos diretos, a Bertolini também irá comprar o açaí diretamente de fornecedores inseridos nestas comunidades, eliminando a necessidade de um atravessador.