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OMC

Azevêdo pede combate a protecionismo

Da mesma maneira como há acusações de medidas brasileiras, há também queixas de outros países contra os reclamantes.

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Em sua primeira entrevista como diretor-geral eleito da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo incorporou o papel de xerife do mercado global, conclamando por combate ao protecionismo. Ao mesmo tempo, alertou para o risco de fragmentação dos mercados até o ponto em que seja insustentável o sistema multilateral de comércio. E sem harmonização das regras comerciais, uma das consequências seria o encarecimento dos negócios.

Em respostas a dezenas de jornalistas espremidos na sala de reuniões da missão brasileira em Genebra, Azevêdo observou que a tarefa número 1 da OMC é promover a liberalização comercial. E que é preciso enfrentar as tendências protecionistas que continuam emergindo desde 2008, quando explodiu a crise econômica global.

O tom da mensagem chamou mais atenção pelo fato de o Brasil ser um dos países mais acusados de adotar barreiras, e essa política restritiva foi vinculada à sua candidatura para tentar tomar seus votos. “O protecionismo não é um fenômeno localizado em um ou três países, está se alastrando pelo mundo inteiro e devemos combatê-lo”, afirmou, ao ser perguntado sobre a situação brasileira.

Indagado sobre que tipo de conselho, agora como futuro xerife do comércio, daria ao governo brasileiro, Azevêdo retrucou que a OMC se preocupa com tendências e não com um país especifico. Lembrou que da mesma maneira como há acusações de medidas brasileiras, há também queixas de outros países contra os reclamantes.

Sobre eventual impacto de sua eleição na política comercial brasileira, o futuro diretor da OMC acha que “não deveria ter impacto da mesma maneira que não teria com diretor de outro país”.

Em sua avaliação sobre o sistema multilateral de comércio, Azevêdo alertou que a “OMC está num estágio muito crítico e o pilar de negociação está completamente paralisado”. E existe o risco da irrelevância da OMC diante do descompasso entre as regras multilaterais e o mundo dos negócios. Sem uniformização das práticas comerciais, e fragmentação do mercado mundial, as exportações e importações ficariam mais difíceis e mais custosas.

“A discussão não é sobre o que queremos, mas para salvar o que temos”, disse, referindo-se à Rodada Doha. Ao seu ver, um passo seguinte seria começar a discutir a ampliação da agenda comercial, com temas como taxa de câmbio, mudança climática, energia e investimentos, levando em conta as novas situações da economia real.

Para Azevêdo, a conferência ministerial da OMC em Bali (Indonésia), em dezembro, é fundamental, devendo dar “resultados substantivos” e permitir que os países voltem a se engajar na Rodada Doha.

Para observadores, Estados Unidos, União Europeia e China não têm interesse numa agenda dinâmica no plano multilateral, porque não querem fazer concessões num cenário de profunda crise econômica.