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Insumos

62,5% da cana de São Paulo já é colhida com uso de máquinas

Do total colhido na safra 2011/2012, 62,5% foi por meio do uso de máquinas e 34,8% pelo processo tradicional, que implica queima e corte manual.

Avança no setor sucroalcooleiro de São Paulo o uso de máquinas na colheita da cana-de-açúcar com a consequente redução da emissão de gases poluentes e de efeito estufa. De acordo com levantamento da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, do total colhido na safra 2011/2012, 62,5% foi por meio do uso de máquinas e 34,8% pelo processo tradicional, que implica queima e corte manual.

O resultado consta do relatório do Protocolo Agroambiental assinado entre o setor e a secretaria em 2007. Por ele, entre os vários compromissos assumidos por 173 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores de cana, está o de colher com máquinas 100% da cana plantada em áreas planas até 2014 e, nas áreas acidentadas, até 2017.

Na safra de 2011/2012 a área de cana plantada foi de 5,4 milhões de hectares ante 4,98 milhões na safra 2010/2011. A área colhida foi de 4,79 milhões de hectares com pequena variação em relação aos 4,72 milhões da safra anterior.

No processo tradicional, que implica queima e posterior corte manual da cana, o relatório aponta a colheita de 1,67 milhão de hectares colhidos ante 2,10 milhões da safra anterior.

O secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, ressalta a importância da cana no Estado, uma vez que a cultura ocupa 25% da área agriculturável. Ele explica que um dos problemas para o aumento da mecanização da colheita está nos pequenos produtores. “Uma máquina custa R$ 1 milhão. É muito dinheiro para o pequeno investir, mas agora a Secretaria da Agricultura chegou a um modelo e teremos uma linha de crédito para esse produtor rural.”

De acordo com a secretaria, desde a assinatura do Protocolo Agroambiental, o setor deixou de emitir 2,7 milhões de toneladas de CO2. Um ganho ambiental equivalente à retirada de circulação de 47.128 ônibus por um ano .

Segundo Covas, das 173 usinas que fazem parte do acordo, 158 foram certificadas pela secretaria e, das 29 associações de fornecedores de cana, 27 receberam o aval do Estado. Eles representam cerca de 90% da produção paulista e 50% da produção nacional de etanol.

No que se refere à recuperação da mata ciliar nas propriedades agrícolas, o setor deixou a desejar: apenas 16 mil hectares de um total de 269.977 foram recuperados desde o início do protocolo em 2007.

Quanto à redução do consumo de água, outro item previsto no protocolo, 41% das usinas consomem abaixo de 1 metro cúbico por tonelada de cana processada. A meta do protocolo é a de que o setor chegue a 2014 consumindo no máximo 1 m3 por tonelada de cana.

Por causa das dificuldades enfrentadas pelo setor, a palha da cana, que pode ser usada para geração de energia, está sendo deixada no campo. Os técnicos calculam que, se metade dos 39 milhões de toneladas de palha fosse usada para cogeração, seria possível obter 1.124 MW, 25% do potencial de geração de Belo Monte, que é calculado em 4.572 MW. “Com o uso de metade da palha para geração de energia, o Estado passaria a ter 60% da sua matriz energética proveniente de fonte renovável ante 56% hoje”, explica Covas.

De acordo com o secretário, ao contrário do que se supunha, a mecanização não provocou desemprego. Hoje, são gerados 20 empregos por máquina, que colhe de 100 mil a 120 mil toneladas na safra. No processo tradicional um homem colhe uma tonelada por dia e, durante a safra, 1.900 toneladas.

O levantamento da secretaria indica que na safra 2006/2007 a colheita no modelo tradicional empregava 88.833 cortadores manuais e 15.060 trabalhadores qualificados para trabalhar na colheita mecanizada. Hoje são 61.871 manuais e 56.829 qualificados. Aumento de 14% nos postos de trabalho.