Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Biogás a partir de dejetos suínos já move motores

<p>Dejetos de suínos podem deixar de ser só um problema para o meio ambiente e virar solução para o fornecimento de energia nas propriedades onde são criados esses animais.</p>

Redação SI (02/05/07) -Perdigão e Sadia desenvolvem projetos de utilização do biogás, obtido com o tratamento de dejetos de suínos, para a geração de eletricidade. Elas estão de olho em créditos de carbono e testam no Sul do país motores de pequeno porte desenvolvidos pela empresa paranaense Branco. 

O Instituto Perdigão de Sustentabilidade deve concluir em maio projeto de viabilidade econômica para a construção de biodigestores em propriedades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A primeira etapa vai abranger 91 produtores integrados, número que será ampliado no futuro. Esses biodigestores geram o biogás, que é rico em metano e provoca o efeito estufa, por isso precisa ser queimado. A Sadia informou que também testa motores movidos a biogás. 

Marco Antonio Santos, engenheiro de sustentabilidade da Perdigão, diz que o biogás já é aproveitado por grandes criadores de suínos de Goiás, que têm mais de mil matrizes, em projetos desenvolvidos pela associação de produtores. Agora o trabalho está sendo expandido para propriedades menores no Sul, com cerca de 300 matrizes. Segundo ele, os créditos de carbono – em fase de negociação – devem pagar os biodigestores, que serão construídos pela empresa. Os motores serão pagos pela economia na geração de energia. 

Os motores movidos a biogás da Branco estão sendo lançados na Agrishow. Oscar Branco, neto do fundador da empresa criada há 70 anos e atual presidente, contou que o avô tinha uma pequena hidrelétrica para geração de energia própria em Santa Catarina. Hoje a sede fica em São José dos Pinhais (PR) e, depois de passar por reestruturações, deixou de produzir máquinas agrícolas concentrou-se em motores dois tempos, quatro tempos e diesel para geradores, motobombas, roçadeiras e outros. 

De 1995 a 1997 a Branco passou por concordata e reduziu de 320 para 50 o número de empregados. A produção caiu de 1,2 mil por mês para 50 unidades. A empresa se desverticalizou, terceirizou parte da produção e buscou fornecedores da Itália e China. Hoje faz 30 mil motores por ano e espera faturar R$ 50 milhões em 2007.