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Economia

Setor de florestas deve crescer 10% e bater 1 milhão de hectares

Especialistas apontam necessidade de diversificar atividade. O volume deve superar o desempenho registrado no ano passado, quando foram plantados aproximadamente 50 mil hectares de florestas por todo o Estado. 

O setor florestal espera crescimento médio de 10% em área plantada de eucalipto neste ano e, com isso, chegar à marca de um milhão de hectares de florestas. O volume deve superar o desempenho registrado no ano passado, quando foram plantados aproximadamente 50 mil hectares de florestas por todo o Estado. 

Segundo Benedito Mário Lázaro, diretor-executivo da Associação Sul-Mato-Grossense de produtores e Consumidores de florestas Plantadas (Reflore MS), a instituição ainda finaliza os dados do setor em 2016. Porém, a estimativa é que o Estado feche com média entre 910 mil a 920 mil hectares de florestas plantadas, 50 mil hectares a mais em comparação à 2015. “Para este ano, a nossa expectativa é chegar a um milhão [de hectares], mas isso depende de uma série de fatores”.

O avanço no setor florestal também foi impactado pela crise econômica. Até então, o setor vinha registrando média de 100 mil hectares/ano de floresta de eucalipto plantadas. “Mas nós fomos abençoados. Em um período de crise, ter esses investimentos como os anunciados para a Costa Leste”, frisou.

Hoje, 60% de toda a floresta plantada no Estado é para abastecer as duas fábricas de celulose instaladas no município de Três Lagoas, Fibria e Eldorado Brasil, sendo que a primeira deverá inaugurar, no segundo semestre deste ano, a sua segunda linha de produção. Já os 40% restantes que indicam a necessidade de diversificação da atividade fim dessa madeira. 

“Com a duplicação da Fibria, vai dobrar a produção de celulose do Estado. A ampliação da Eldorado também vai acontecer, mas não agora, neste ano. Com certeza elas já tem estruturadas as áreas que vão precisar. Então, o setor vai crescer dentro da expectativa já existente. Hoje temos um excedente de floresta plantada. Por isso temos que buscar alternativas para a madeira”, completou.

Por questão de logística, as indústrias de celulose trabalham com raio próximo a elas. Quanto menor o raio, menor maior a competitividade. De acordo com o diretor da Reflore, hoje, as empresas ainda consomem madeira municípios distantes, mas a meta é chegar a um raio aproximado de até 120 quilômetros, explicou Lázaro.

Atualmente, as duas fábricas de celulose produzem 3 milhões de toneladas de celulose por ano, aproximadamente. Para isso, explicou o diretor da Reflore, são necessários 10,8 milhões de metros cúbicos de madeira (315 mil hectares de florestas plantadas). “Somente com a ampliação da Fibria, elas passariam a consumir 500 mil hectares de florestas de eucalipto”, completou.

“Nesse ano, [a Costa Leste que vai continuar crescendo [no ramo florestal]. Se somar todos os municípios, deve ter de oito a nove milhões de hectares. Então, tem condições de plantar mais. Apostar na cultura silvo-pastoril, mixando pecuária e floresta”, destacou.