Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Sanidade

Secretaria de Agricultura participa das discussões sobre sanidade, produção e comércio exterior da cadeia de aves e ovos

Reconhecendo a importância estratégica da cadeia e a necessidade de apoiar o desenvolvimento do setor, Arnaldo Jardim, titular da Pasta, compareceu à reunião das Câmaras de Casas Genéticas, Sanidade e de Ovos Comerciais e Ovo-produto.

Secretaria de Agricultura participa das discussões sobre sanidade, produção e comércio exterior da cadeia de aves e ovos

Terceiro produto no ranking do valor da produção agrícola, calculado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), atrás apenas da cana-de-açúcar e carne bovina, a carne de frango vem trazendo bons resultados para o País, garantindo-lhe a confortável posição de maior exportador mundial. Os ovos de galinha, que, de acordo com o levantamento preliminar de 2015, ficaram em sétimo lugar, apresentaram um crescimento de 10%, fechando o ano com mais de R$ 2,007 milhões. Reconhecendo a importância estratégica da cadeia e a necessidade de apoiar o desenvolvimento do setor, Arnaldo Jardim, titular da Pasta, compareceu à reunião das Câmaras de Casas Genéticas, Sanidade e de Ovos Comerciais e Ovo-produto, na quarta-feira (16/02), na sede da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Francisco Turra, presidente da ABPA, iniciou a reunião lembrando que o País trabalhou muito para se tornar referência mundial. “A sanidade é o nosso bem mais precioso, nossa garantia de qualidade. Todos os continentes têm problemas com a Influenza Aviária, o Brasil é um território livre, em função das medidas que foram e estão sendo tomadas para garantir a segurança dos nossos produtos”, afirmou. A declaração de Turra ganha muito mais relevância quando lembramos que a Influenza Aviária teve 222 focos registrados nos Estados Unidos, em 2015, o que forçou o sacrifício de 48 milhões de aves no país. A ameaça de entrada da doença em São Paulo – rota de aves migratórias que carregam o vírus H5N1 –, foi combatida pela Secretaria de Agricultura, que promoveu, em parceria com a Associação Paulista de Avicultura (APA), seminários sobre como prevenir o mal em várias regiões do Estado.

As exportações brasileiras de carne de frango bateram o recorde em 2015, somando mais de 4 milhões de toneladas. O Estado de São Paulo é responsável por 12,4% do abate de frangos no País, ocupando o quarto lugar no ranking nacional da avicultura de corte e é o maior produtor de ovos comerciais. O monitoramento sanitário dos plantéis proporciona a certificação de qualidade da cadeia produtiva e promove maior competitividade dos produtos de origem avícola no mercado nacional e internacional. “O setor agropecuário é o que melhor tem resistido à crise econômica e o que reúne maiores condições para uma recuperação rápida. É preciso pensar estruturalmente o segmento, o insumo mais importante é a previsibilidade”, afirmou o secretário Arnaldo Jardim.

Para dar mais segurança ao setor, a Secretaria de Agricultura implantou o Programa de Sanidade Avícola, cujo objetivo é controlar as patologias nos plantéis, impedindo a difusão dos agentes infecciosos pela via de transmissão vertical, diminuindo o impacto na saúde animal e na saúde dos consumidores de produtos de origem avícola. Em 2013, foi firmado um convênio entre a Pasta, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), e a APA com o objetivo de implementar ações de inspeção, monitoramento, fiscalização, controle de trânsito e descarte de aves. Arnaldo Jardim destacou o aporte de R$ 2,4 milhões que a Secretaria de Agricultura destinou à APA para intensificar as ações de monitoramento e prevenção da Influenza Aviária. “São passos que, somados as medidas anteriores, demonstram que São Paulo tem, não só, uma legislação atinente com a questão nacional, mas também detalha o detalhamento dos nossos desafios específicos”.

“Outro ponto que precisa ser destacado é a celebração do convênio entre a APA e a Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio) que nos permitirá adquirir equipamentos para diagnóstico rápido. Temos recebido a visita de muitas missões internacionais que elegeram o Laboratório de Descalvado (Centro de Pesquisa do Agronegócio Avícola do Instituto Biológico ligado à Secretária de Agricultura) como garantidor, certificador de procedimentos. É gratificante ver o nosso laboratório ampliando suas atribuições, agregando novas responsabilidades”, concluiu Arnaldo Jardim, desejando que a parceria entre a Pasta e o setor seja permanente, cotidiana e traga bons frutos para a avicultura do Estado de São Paulo.

Na sequência, Fernando Gomes Buchala, coordenador da CDA, explicou a ação conjunta das secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e Segurança Pública, capitaneada pelo secretário Jardim, que organizou uma caravana para percorrer o Estado e alertar a cadeia produtiva sobre a importância de adotar ou manter as boas práticas de manejo, colocando o setor em alerta sanitário. “Estivemos em Votuporanga, Bastos, Boituva, Orlândia, Registro e Campinas e conseguimos, dessa forma, mobilizar todo a cadeia para nos mantermos livres dessa doença”. A parceria entre poder público e as entidades de classe continua no próximo ano com o objetivo de manter a sanidade em nossos planteis”.

Sempre buscando aproximação entre a pesquisa científica do setor produtivo, conforme orientação do governador Geraldo Alckmin, o Instituto Biológico tem se credenciado para apoiar o setor nessa luta, afirmou Ana Eugênia de Carvalho Campos, vice-diretora do IB.

“O Laboratório de Descalvado desenvolveu uma metodologia de trabalho que pode servir de referência para o Brasil, informou Antônio Guilherme de Castro, diretor do CPAA. Torcendo para que não seja necessário, Castro afirma que o laboratório tem condições de realizar duas mil análises por mês. “Com as novas instalações, inauguradas em julho do ano passado, aumentamos em 30% a capacidade de atendimento” concluiu.

O presidente da APA e da Câmara Setorial de Aves e Ovos, Erico Pozzer, ressaltou a importância da avicultura para o Brasil e reforçou a necessidade de aprimorar a biosseguridade nas granjas. “Não temos a ocorrência de nenhuma doença que impliquem em parar de exportar para país nenhum. Se a influenza aviária entrar no Brasil, nós deixaremos de exportar 35% da nossa produção. Seria um desastre. Então, temos que fazer tudo para manter esse status sanitário”, afirmou.
Com mais de 30 anos dedicados ao estudo das doenças nas aves, Edison Durigon, professor da Universidade de São Paulo (USP), especialista em Microbiologia e Virologia apresentou a metodologia e os resultados do monitoramento da Influenza Aviária em aves migratórias e de parques e zoológicos no Estado de São Paulo e região amazônica.

O representante da BRF Brasil, Paulo Pelissaro, ressaltou que o monitoramento das aves é fundamental, segundo ele, “a França teve um caso de Influenza Aviária registrado, passado o ‘pente fino’ foram encontrados mais 69. Sendo assim, não podemos nos descuidar da prevenção e acompanhamento”.

Irenilza de Alencar Naas, presidente da Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícola (Facta), apresentou as questões legais de bem-estar animal que remetem a uma necessidade de atualização das normas de boas práticas.