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Biocombustível

Mato Grosso deve avançar em bioenergia

Logística é um dos principais, mas presidente da Aprosoja acredita em crescimento de usinas 

A produção de etanol de milho em Mato Grosso é o futuro que chegou. De acordo com dados apresentados durante o 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso, para os próximos anos quatro usinas de etanol, exclusivas de milho, devem ser abertas. O evento foi realizado em Cuiabá, entre os dias 12 e 14 de setembro.

Hoje, o Estado conta com 10 usinas de etanol, sendo seis de cana-de-açúcar e três flex (cana-de-açúcar e cereais), nos municípios de São José do Rio Claro, Jaciara, Campos de Júlio, Barra do Bugres, Alto Taquari, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Campo Novo do Parecis e Nova Olímpia.

De acordo com a apresentação do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyck, a expectativa é que sejam abertas duas usinas em Sorriso, uma em Lucas do Rio Verde e uma em Vera. Destas, duas estão em implementação e uma em fase de análise de pedido de enquadramento. Os dados são da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e do Sindicato das Indústrias de Biodiesel no Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT).

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, com desafios, a bioenergia é uma realidade importante para o Estado, mas que precisa ser bem planejada e estruturada. “A produção existe e vai continuar existindo e nós precisamos organizar a distribuição desse etanol. Os grandes centros consumidores estão longe daqui e será preciso saber como levar. É um desafio mudar o jeito de distribuir o combustível processado em Mato Grosso. A gente sabe que vai evoluir a construção de usinas puras de etanol de milho, o que nós precisamos é analisar toda a cadeia. Nós vamos precisar, por exemplo, de uma cadeia de eucalipto, para poder fornecer madeiras para as caldeiras. É toda uma logística que envolve as cadeias produtivas em anexo para que possa ser fomentada a cadeia do etanol”, afirma Dalcin.

Superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca concorda que a logística é um dos entraves para a bioenergia no Estado e acrescenta que é preciso de políticas públicas para que o setor avance ainda mais do que pode. “A logística é um grande desafio, mas também precisamos de políticas públicas que incentivem em relação aos impostos cobrados e linhas de crédito para esse tipo de energia, que é limpa e renovável.

Portanto, o governo tem papel fundamental no incentivo e fomento e eu acredito que vamos continuar crescendo no Estado se formos bem organizados e trabalharmos juntos ações da iniciativa privada e pública”, reflete. De acordo com Ricardo Tomczyck, atualmente o Governo do Estado está fazendo o mapeamento e perfil da matriz energética de Mato Grosso. Além disso, está em curso o estudo de uma reforma tributária. A ideia, conforme o secretário, é que a normativa relacionada ao setor seja simplificada.