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Smart City Social

Israelenses ajudam a construir, no Ceará, a primeira cidade inteligente para população de baixa renda

Em vez de morar em um bairro anônimo do subúrbio, o habitante estará imerso num sistema social integrado, com sinal wi-fi liberado, aplicativos específicos para serviços de transporte alternativo, compartilhamento de bicicletas e motos, pagamentos via smartphone, além de reaproveitamento das águas residuais, controle computadorizado da iluminação pública e praças dotadas de equipamentos esportivos que geram energia

Israelenses ajudam a construir, no Ceará, a primeira cidade inteligente para população de baixa renda

Projeto de cidade inteligente em Croatá, no Ceará. Foto: Divulgação.

Em Croatá, distrito do município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, está sendo construída a primeira smart city social do país, uma cidade inteligente que atenderá área com forte déficit habitacional e de outros serviços. Será o primeiro protótipo real de uma cidade inteligente para população de baixa renda. Lotes residenciais custam a partir de R$ 24.300,00, que podem ser pagos em 120 vezes, corrigidos pelo INCC e, após a entrega, pelo IGPM.

A nova cidade se chama Croatá Laguna Ecopark e é uma iniciativa conjunta de duas organizações italianas, Planeta Idea e SocialFare – Centro para Inovação Social, com a StarTAU, Centro de Empreendedorismo da Universidade de Tel Aviv, que compartilham esforços para gerar impacto social e tecnológico.

Conhecedores da posição de Israel como líder nos setores de alta tecnologia, os italianos buscaram este mês em Tel Aviv startups e tecnologias altamente inovadoras que vão forjar o futuro das cidades inteligentes no Brasil.

As três empresas israelenses que participarão são Magos, fabricante de radares para segurança, GreenIQ­, sistema que controla a irrigação com base na previsão do tempo, economizando até 50% de água, ePixtier, plataforma em nuvem que fornece mapas em 3D, permitindo planejamento e gerenciamento eficientes das cidades.

Em vez de morar em um bairro anônimo do subúrbio, o habitante estará imerso num sistema social integrado, com sinal wi-fi liberado, aplicativos específicos para serviços de transporte alternativo, compartilhamento de bicicletas e motos, pagamentos via smartphone, além de reaproveitamento das águas residuais, controle computadorizado da iluminação pública e praças dotadas de equipamentos esportivos que geram energia.

A tecnologia também oferecerá ajuda para desenvolver programas sociais, como cursos de prevenção médica, nutrição, alfabetização digital e hortas compartilhadas.

A ideia da smart city social insere-se em um contexto internacional que identifica, sobretudo nos países emergentes, dois fenômenos: 1) os fluxos migratórios dos campos levarão a população que vive nas cidades dos atuais 50% a um percentual de 80% nos próximos 25 anos; 2) 27% da população mundial têm menos de 15 anos. Isso quer dizer que, nos próximos anos, essas pessoas entrarão para o mercado de trabalho e precisarão de casas e serviços. “Essa tipologia de cidade nasce para gerir de forma ordenada tais fluxos com serviços inovadores”, disse Gianni Savio, diretor geral da Planet Idea, à revista Comunità Italiana.

A previsão é concluir a primeira fase dos trabalhos em 2016, constituída por 150 casas e toda a infraestrutura. O projeto deve ficar pronto no final de 2017. Croatá faz parte de uma região valorizada por causa do crescimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que está destinado a se tornar, até 2025, o segundo porto em movimentação de cargas, depois do Porto de Santos.

Os seis pilares da smart city social são: planejamento urbano e organização, arquitetura além das regras tradicionais da habitação social, tecnologia dedicada, mobilidade inteligente, vida comunitária, energia limpa.