Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Paraná

Governador Ratinho Júnior se reúne com CIBiogás para debater o biometano

A intenção foi conhecer aspectos técnicos e econômicos sobre a produção do biogás e a aplicação do mesmo como fonte alternativa de combustível renovável e segurança energética no campo

Governador Ratinho Júnior se reúne com CIBiogás para debater o biometano

O governador Carlos Massa Ratinho Junior convocou os representantes do Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás, para reunião nesta quinta-feira (06) no Palácio Iguaçu (Curitiba), para conversar sobre a aplicação do biometano como fonte alternativa de combustível à frotas de veículos coletivos urbanos. O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, esteve presente na reunião. Ele é um entusiasta do biogás e vem estudando formas de aplicar o biocombustível na sua gestão. “Rodei o mundo procurando uma solução, e encontrei aqui mesmo, no Paraná”, comentou no encontro.

De acordo com o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, a intenção do encontro foi esclarecer os aspectos que envolvem custos e produção do biogás e do biometano. Segundo ele, o governador se demonstrou contento com o desenvolvimento da cadeia do biogás no estado do Paraná, e se diz disposto em avançar as ações como estratégia para do estado como alternativa na gestão de resíduos urbanos e aumento de segurança energética no campo. – uma das promessas de campanha do governador.

Debateram a possibilidade de aumentar plantas dedicadas à produção do biocombustível no estado, e a viabilidade de concessão do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para veículos movidos a biometano. “O etanol sai R$ 0,40 por quilômetro rodado, com biometano esse valor pode cair para R$ 0,24 em média”, comenta o diretor. Para Rodrigo, desenvolver o biogás no Paraná significa fortalecer a principal base de economia do estado. “Ganha o produtor rural, o meio ambiente, e o consumidor final”, acrescenta.

A segurança energética no campo foi pautada, tendo em vista que é um problema recorrente no meio rural. A instabilidade no fornecimento de energia elétrica promove desperdício de recursos e morte de animais. Como proposta de solução, foi apresentado o projeto Microgrid, que propõe Geração Firme de energia, promovendo estabilidade energética, para o sistema de distribuição.

Este arranjo tecnológico é inédito no Brasil, e está sendo implantado na Granja São Pedro, em São Miguel do Iguaçu. O Microgrid é um investimento da Itaipu Binacional, executado pela equipe de engenharia do PTI e do CIBiogás. O Microgrid funcionará como um sistema emergencial de eletricidade, que vai abastecer uma microrregião de propriedades rurais em casos de interrupção na distribuição de energia. A produção desta eletricidade se dá geração de energia elétrica com uso do biogás.

O case de Entre Rios do Oeste, com a instalação da Mini Central de Bioenergia no município foi discutida. A cidade que tem uma população estimada de 4.481 (IBGE, 2018) e um plantel de 155 mil suínos (30 vezes maior que o número de habitantes). O projeto em questão modelou uma solução para o tratamento de dejetos da suinocultura através da produção coletiva de biogás com 18 suinocultores credenciados.

O biogás é transportado por uma rede coletora de aproximadamente 20km (instalada no subsolo) até a Minicentral Termelétrica (MCT), biogás é transformado em energia elétrica, e injetado na rede elétrica, consequentemente distribuída para os prédios públicos, zerando os custos com energia. A Copel Geração é a proponente e investidora deste projeto, que está com previsão de inauguração no final de julho deste ano.

Biometano, a sustentabilidade ambiental e econômica
Cerca de 25% do valor das tarifas da passagens de ônibus estão associadas ao custo do diesel. Para Felipe Marques, coordenador de projetos no CIBiogás, as prefeituras podem resolver parte dos problemas e dos custos com os aterros sanitários desenvolvendo usinas de biometano. “É possível reduzir a pressão nos aterros, aumentar a vida útil dos mesmos, e disponibilizar combustível aos frotistas. Isso pode reduzir a tarifa da passagem de ônibus, os gastos da prefeitura com a gestão dos resíduos, e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa no ambiente”, explica.

Marques afirma que o Paraná tem a capacidade de ser o estado referência em tecnologia para produção e aplicação do biogás. “O estado já produz biogás e biometano por diversas fontes e em diversas aplicações”, comenta. Com duas usinas de biometano em operação, o volume de produção diária de 318.000 m³ do biocombustível seria o suficiente para abastecer 660 linhas de ônibus, cada uma rodando em média 240km por dia.

Uma destas usinas de biometano fica em Foz do Iguaçu, e abastece 80 carros da frota de Itaipu. A binacional, desde 2017, produz na Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano, biocombustível com os resíduos de alimentos dos restaurantes, tanto do Brasil quanto do Paraguai. Com um tanque de 12 metros cúbicos de combustível, cada carro tem autonomia de rodar até 120 km com um custo baixíssimo. “A ideia é replicar o modelo em outras cidades do Estado, em parceria com a Sanepar e a Compagás’, conta Marques.