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Empresas anunciam joint venture para construção de planta de biogás

Sociedade atuará na geração de energia elétrica na primeira planta no mundo em escala comercial a utilizar tecnologia de conversão da torta de filtro

Empresas anunciam joint venture para construção de planta de biogás

A Raízen anunciou joint venture com a Geo Energética para criação da primeira planta no mundo em escala comercial a utilizar a tecnologia de conversão da torta de filtro em biogás. A operação terá foco na geração de eletricidade utilizando a torta de filtro e a vinhaça – subprodutos da cana-de-açúcar – como matéria-prima e consolida o posicionamento da Raízen como player integrado de energia, reforçando o pioneirismo da empresa em ações de inovação e desenvolvimento do setor com foco em energias limpas e renováveis.

A Raízen terá participação de 85% das ações na joint venture e a Geo Energética 15%. A Geo Energética é atualmente a única empresa a utilizar a torta de filtro e a vinhaça de cana como fontes para obtenção do biogás e geração de energia, em uma planta demonstração com capacidade instalada de geração de até 4MW de energia. A combinação da torta de filtro com a vinhaça para obtenção do biogás na nova planta permitirá uma produção de 138 mil MWh por ano, suficiente para abastecer, por exemplo, o município de Guariba e as cidades próximas, no interior paulista. Desses, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato de leilão de 2016, do qual a Raízen foi a vencedora, e o valor excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou comercializado por meio de outros contratos.

“Com essa iniciativa, a Raízen reforça seu pioneirismo em ações de inovação e desenvolvimento do setor com foco em energias limpas e renováveis, alinhadas a políticas públicas, como o RenovaBio. Com isso, consolidamos mais uma vez nosso papel como protagonistas da sustentabilidade por meio da economia circular, ao aproveitarmos todos os resíduos e insumos utilizados em nossos processos na geração de novos produtos. Dessa forma, contribuímos diretamente para o meio ambiente ao reutilizar resíduos industriais e criar produtos sustentáveis que ajudam a limpar a matriz energética brasileira”, explica João Alberto Abreu, vice-presidente executivo da área de Etanol, Açúcar e Energia da Raízen.

O biogás é resultado de um complexo processo produtivo, em que biodigestores convertem a matéria orgânica da torta (resíduos restantes da purificação do caldo da cana composta de 70% de água, 18% de matéria orgânica e 12% de outros sólidos) e da vinhaça (água restante do processo de destilação composta por 95% de água, 3% de sais e 2% de carga orgânica) em metano e CO2, o chamado biogás. Essa mistura passa por um processo de dessulfurização – para a purificação do gás – e então vai para motogeradores. É nesses geradores que o biogás é transformado em energia elétrica. 

Uma vez purificado, o biogás apresenta as mesmas características que o gás natural (96,5% metano) sendo assim possível de ser utilizado, na forma de biometano, como substituto ao diesel como combustível de automóveis, tratores e caminhões, uma iniciativa alinhada às resoluções do RenovaBio.

“Trata-se de uma solução única, 100% sustentável, capaz de revolucionar o tratamento dos resíduos orgânicos da agroindústria brasileira, especialmente da indústria sucroalcooleira, que possui a melhor logística operacional do mundo e é capaz de se tornar autossuficiente na geração e consumo de energia verde, inclusive com o uso de biometano como combustível automotivo. O Brasil tem grande potencial nessa área, pois é capaz de produzir essa energia verde durante todo o ano, sem qualquer dano ao meio ambiente”, afirmam os diretores da GEO Energética, Alessandro Gardemann e Evaldo Fabian.

Segundo dados preliminares da RenovaCalc, o biometano reduz em 96% as emissões de CO2, sem contar a diminuição de emissão de partículas poluentes, e chega a ser 90% inferior em comparação aos combustíveis fósseis. Esses valores são equivalentes à classificação EURO 6, nível máximo da norma europeia de regulamentação que visa a diminuição da emissão de poluentes de veículos movidos a diesel. Uma tecnologia mais limpa, sustentável, com benefícios para o consumidor e para o meio ambiente.

A planta conta ainda com parceria com a Sebigás/Cótica, empresa que será responsável pela construção de parte da biodigestão de vinhaça. A Sebigás/Cótica aporta sua experiência ao projeto, tendo construído mais de 70 plantas de biogás ao redor do mundo.

A planta de biogás está sendo construída estará junto a unidade Bonfim, da Raízen, na cidade de Guariba, interior de São Paulo. A unidade possui a segunda maior operação da Raízen em moagem de cana, moendo mais de 5 milhões de toneladas por ano. Com isso, gera-se elevado volume de vinhaça e torta de filtro, que atende às necessidades de uma planta de produção de biogás em escala comercial. Além disso, a unidade já possui infraestrutura de exportação de energia que demandará mínimas mudanças para atender as necessidades da planta de biogás.