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Biomassa

Embrapa Agroenergia publica documento sobre briquetes e pellets

Briquetes e pellets são produtos agroenergéticos obtidos a partir da compactação de biomassa.

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Briquetes e péletes (pellets) são produtos agroenergéticos obtidos a partir da compactação de biomassa, que substituem a lenha tanto para aplicação em residências quanto em indústrias e estabelecimentos comerciais como olarias, padarias, pizzarias, indústrias químicas, têxteis e de cimento. Eles podem ser produzidos com resíduos de madeira, arroz, milho, café, algodão, cana-de-açúcar e diversos outros, “evitando que esses materiais sejam deixados para decomposição natural, sem aproveitamento da energia neles contida e gerando passivos ambientais importantes”. É o que ressalta a introdução do documento técnico “Produção de briquetes e péletes a partir de resíduos agrícolas, agroindustriais e florestais”, recentemente lançado pela Embrapa Agroenergia.

Quantidades de matérias-primas disponíveis nas diferentes regiões do país, equipamentos existentes no mercado, características e propriedades dos produtos, normas técnicas e aspectos gerais do mercado brasileiro são os principais assuntos abordados no documento , que está disponível para download gratuito em http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/952626/1/DOC13.pdf.

Os briquetes e péletes são fontes de energia renovável, que contribuem para diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Mesmo tendo uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking de emissores de CO2 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), o País se comprometeu a reduzir os GEEs aqui gerados em mais de 35% até 2020. Para isso, precisará incrementar o uso da biomassa e de seus resíduos.

Os briquetes podem ser preparados em diferentes formatos e tamanhos, de acordo com o tipo de compactadora utilizada. O mesmo se aplica para os péletes, especialmente na área alimentícia, em que os formatos são bastante variados. No entanto, as dimensões são justamente a maior diferença entre os briquetes e os péletes. Estes, normalmente, têm diâmetro entre 6 e 16 mm e comprimento de 25 a 30 mm, enquanto aqueles têm diâmetro entre 50 e 100 mm e comprimento entre 250 a 400 mm. Além de gerarem produtos com poder calorífico maior do que o da lenha, a briquetagem e a peletização apresentam como vantagens a agregação de valor à biomassa, a uniformidade de tamanho e formato dos produtos, a facilidade de armazenamento e a segurança contra incêndios. 

Levantamento realizado pela Embrapa Agroenergia identificou 28 empresas fabricantes de briquetes e péletes no Brasil – metade delas respondeu ao questionário enviado pelos autores para produção do documento técnico.  A equipe também visitou algumas unidades produtoras para colher informações.  José Manuel Cabral, um dos autores do documento, ressalta que, além de atender ao mercado interno, os péletes e briquetes têm grande potencial para exportação. Segundo o pesquisador “os países europeus demandam muito esse tipo de biocombustível produzido a partir de biomassa e, nos últimos anos, também países asiáticos (Japão e Coréia do Sul) têm aumentado o consumo, principalmente para calefação doméstica e uso em pequenas e médias indústrias”.

Para o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, o documento agora publicado preenche uma lacuna de informações sobre o tema. “Entendemos que, para poder explorar em plenitude as oportunidades de negócio para o Brasil advindas da briquetagem e peletização, precisamos suprir o público interessado com informações atualizadas a respeito da disponibilidade de matéria-prima, e também dos aspectos técnicos, das normas e especificações a serem consideradas na produção e comercialização dos produtos”, afirma Souza. Ele espera que a publicação “contribua para estimular empreendedores a investirem neste setor, traga mais pesquisadores para trabalhar nessa área de conhecimento, e possibilite mais e mais a inserção do tema em políticas de desenvolvimento municipais, estaduais e até federais”.

Ao final do documento, é apresentado um conjunto de elementos estratégicos para o crescimento do setor, detalhando os pontos fortes e fracos da oferta e as oportunidades e ameaças da demanda. As perspectivas para a consolidação e expansão do setor de briquetes e péletes no país englobam uma série de questões. Há necessidade de políticas de apoio para aumentar a qualidade e a demanda por briquetes e péletes, notadamente no que se refere ao âmbito regulatório (definição de um marco legal para a produção e consumo, apoio à criação de associações de classe), tecnológico (estabelecimento de padrões de qualidade, modernização dos equipamentos existentes, criação de laboratórios) e da comercialização dos produtos (expansão em novos mercados, diferenciação de produtos, consolidação de marcas e selos). Também se fazem necessários programas de financiamento em condições favoráveis, a exemplo dos que estão sendo realizados para apoio ao biogás e à energia eólica. Além disso, o aumento da demanda interna e a expansão das exportações de briquetes e péletes somente podem ocorrer por meio da ampliação da capacidade produtiva das empresas. É necessário, ainda, um programa de formação e qualificação de mão-de-obra especializada para incrementar a produtividade dos processos e a qualidade dos produtos.

Além de disponível para consulta e download gratuitos na página já indicada, a versão impressa do documento pode ser solicitada por meio do endereço eletrônico [email protected].