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Desmatamento na Amazônia continua - por Ricardo Ernesto Rose

Já está mais do que provado que a floresta amazônica é uma das áreas de conservação mais importantes em todo o mundo.

Desmatamento na Amazônia continua - por Ricardo Ernesto Rose

Já está mais do que provado que a floresta amazônica é uma das áreas de conservação mais importantes em todo o mundo. Ao lado da floresta do Congo, na África, e da floresta da Indonésia, a região amazônica é a maior área de concentração de floresta tropical (ou equatorial) de todo o planeta. Os três biomas abrigam grande parte da fauna e da flora do planeta. Mesmo atualmente, no início do século XXI, é bastante comum que cientistas identifiquem a cada ano novas espécies de animais nestas regiões. Todavia, a cada vez que uma novo tipo de animal é identificado – como recentemente foi encontrada uma nova espécie de macaco na região entre o Pantanal e a Amazônia – este geralmente já está correndo o risco de extinção, por viver em região onde já existe a derrubada da floresta. As atividades econômicas de grande impacto como a agricultura extensiva, a pecuária, a extração madeireira e a mineração, na maior parte das vezes chegam às regiões mais remotas da floresta antes dos cientistas.
Em relatório recente a ONG World Wide Fund for Nature – WWF coloca o Cerrado e a Amazônia como as duas regiões do país entre as dez maiores frentes de desmatamento do mundo. Segundo o documento produzido pela instituição, ambas as regiões poderão perder juntas 59 milhões de hectares de vegetação até 2030, caso não sejam implantadas políticas de proteção da floresta mais efetivas. Se nos últimos anos, entre 2005 e 2013, o governo, apesar do crescimento da economia, vinha conseguindo reduzir as taxas de desmatamento em comparação com o período anterior, agora estas voltaram a crescer. Entre agosto de 2012 e junho de 2013, as perdas de vegetação por desflorestamento acumularam 1.885 km²; um aumento de 103% em relação ao período anterior (2011/2012). Recentemente, entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 o desmatamento aumentou mais 40% em relação ao trimestre anterior, contabilizando uma perda de 219 km² de floresta. Comparativamente a área do município de São Caetano do Sul é de 15,3 km². 
Dentre as atividades que mai continuam a impactar a floresta estão a pecuário e a mineração clandestina. Esta última, foi responsável pela derrubada de uma área de 1.680 km² entre 2001 e 2013. Apesar de não ser uma extensão muito se grande comparada às vastidões amazônicas, a atividade garimpeira tem outras impactos secundários. Os garimpeiros ao invadirem uma reserva indígena ou região habitada por tribos isoladas, ainda não contatadas pela civilização, são hostilizados pelos silvícolas, que promovem ataques aos acampamentos dos mineradores. Como represália, estes queimam as aldeias indígenas e no confronto podem acabar ocorrendo mortes. Outra consequência da mineração clandestina é a contaminação dos garimpeiros, do solo e das águas de córregos e rios com mercúrio, ainda usado na extração de ouro.
A Amazônia ainda é uma região vasta e bastante isolada. As distâncias e as dificuldades de comunicação dificultam muitas vezes o trabalho dos órgãos controladores, facilitando todo tipo de atividade ilegal; desde a exploração da madeira, o garimpo, o assassinato de indígenas e lideranças comunitárias, a grilagem de terras, o contrabando, entre outros. O governo precisa criar um plano de ação interministerial para, em conjunto com as administrações locais, melhorar as condições da região sem destruir seu maior patrimônio: floresta. 

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